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Ibovespa avança com IPCA e fiscal em foco e Lula no radar

Placeholder - loading - Tela de cotações da B3 em São Paulo 05/08/2024 REUTERS/Carla Carniel
Tela de cotações da B3 em São Paulo 05/08/2024 REUTERS/Carla Carniel

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta terça-feira, com o noticiário macro destacando o IPCA de novembro enquanto agentes seguem atentos a discussões sobre o pacote fiscal e acompanham as notícias sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que precisou passar por uma cirurgia de emergência na cabeça.

Por volta de 11h15, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,67%, a 128.064,05 pontos. O volume financeiro somava 3,4 bilhões de reais.

De acordo com o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu em novembro 0,39%, ante alta de 0,56% em outubro e expectativa em pesquisa da Reuters de 0,37%. Em 12 meses, marcou alta de 4,87%, de 4,76% no mês anterior, maior nível desde setembro de 2023 (5,19%).

Com apenas mais um mês para encerrar o ano, o resultado do IPCA foi ainda mais acima do teto da meta, de 3,0% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

'Embora o resultado cheio tenha ficado em linha com as expectativas do mercado, a composição da inflação do IPCA continua piorando, com diversas medidas de núcleo registrando inflação acumulada nos maiores valores em algum tempo', destacou o economista-chefe da Azimut Brasil WM, Gino Olivares.

'Os números de hoje definitivamente não oferecem nenhum refresco para o Banco Central, e devem reforçar a leitura de uma ação mais incisiva da autoridade monetária para estancar a deterioração do quadro inflacionário', pontuou em relatório.

Investidores continuam atentos às negociações em Brasília sobre medidas fiscais anunciadas em novembro. Na véspera, em meio a um impasse sobre emendas parlamentares que pode afetar a tramitação do pacote no Congresso, o ministro da Fazenda disse que um encaminhamento de Lula atende pedidos sobre o tema.

Pouco antes da fala do ministro Fernando Haddad, o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, disse acreditar ser possível que as propostas possam ser votadas ainda esta semana. Mas não descartou a possibilidade da edição de uma medida provisória se o pacote não for aprovado antes do recesso.

Também circulavam na mídia notícias de que o governo federal deve liberar 6,4 bilhões de reais em emendas a parlamentares.

De acordo com o gestor de uma empresa de previdência complementar, parte do desempenho positivo nesta sessão pode ser explicado pelo potencial avanço das pautas no Congresso com as notícias de acordo para a liberação de 6,4 bilhões de reais para o Congresso.

'O mercado está com um tom muito pessimista. Claramente algumas precificações estão exageradas, especialmente nos juros futuros', acrescentou.

O noticiário sobre a cirurgia feita por Lula para drenar um hematoma no crânio também era monitorado. Mais cedo, os médicos que tratam o presidente afirmaram que ele está estável e com a função neurológica preservada. A previsão, 'se tudo correr bem', é que Lula retorne a Brasília no início da próxima semana.

Na visão do gestor de renda variável Tiago Cunha, da Ace Capital, não há qualquer mudança sobre o cenário econômico atual pela condição de saúde do presidente Lula, uma vez que são decisões de governo e não pessoais, mesmo que obviamente o presidente participe.

'Especulações sobre as condições de saúde interferirem na decisão do presidente em concorrer à reeleição em 2026 me parecem extremamente prematuras', ponderou.

DESTAQUES

- CVC BRASIL ON subia 5,77%, buscando o segundo dia de alta, após fortes quedas nos dois últimos pregões da semana passada, em movimento apoiado nesta sessão pelo alívio no câmbio e nas taxas dos DIs.

- GPA ON valorizava-se 4,89%, buscando apoio no alívio das taxas dos contratos de DI para experimentar uma trégua na pressão vendedora, após fechar em uma mínima desde o final de 2020 na véspera. Neste ano, os papéis ainda acumulam um declínio de em torno de 40%. No setor, ASSAÍ ON subia 2,97% e CARREFOUR BRASIL ON mostrava elevação de 2,83%.

- AZZAS 2154 ON avançava 2,3%, tendo também no radar anúncio de que irá descontinuar as marcas Alme, Dzarm, Reversa (linha feminina da Reserva) e Simples, visando otimizar sua alocação de capital. A empresa acrescentou ainda que estão sendo avaliadas alternativas estratégicas para as marcas BAW, Paris-Texas e TROC.

- VALE ON recuava 0,65%, em sessão de ajustes, após a ação da mineradora disparar mais de 5% na véspera com a perspectiva de mais estímulos para a economia chinesa. Nesta terça-feira, o contrato do minério de ferro mais negociado em Dalian, na China, encerrou em alta de 1,87%, a 817,0 iuanes (112,79 dólares) a tonelada, máxima desde 8 de outubro.

- PETROBRAS PN valorizava-se 0,7%, em dia de variações modestas dos preços do petróleo no exterior. A presidente da estatal, Magda Chambriard, afirmou durante evento no Rio de Janeiro, que a primeira plataforma do tipo FPSO da companhia para Sergipe Águas Profundas pode começar a operar antes de 2030.

- ITAÚ UNIBANCO PN mostrava acréscimo de 0,56%, com quase todos os bancos do Ibovespa no azul. A exceção era SANTANDER BRASIL UNIT, que recuava 0,95%.

- KLABIN UNIT cedia 0,68%, em sessão mais fraca para o setor na esteira da queda do dólar ante o real, com agentes financeiros analisando também previsão de investimento de 3,3 bilhões de reais pela companhia em 2025, estável ante a projeção de desembolsos para este ano. SUZANO ON era negociada em baixa de 1,74%.

- GOL PN, que não está no Ibovespa, saltava 11,2%, após afirmar que vai protocolar plano inicial de reestruturação perante tribunal dos Estados Unidos.

- DIRECIONAL ON, que também não está na carteira do Ibovespa, avançava 4,26%, na esteira de memorando de entendimentos com a gestora Riza para venda de participação minoritária na subsidiária Riva, incorporadora de médio padrão do grupo. O acordo prevê a venda de uma participação que pode variar de 7,55% a 15% do capital social da Riva.

Escrito por Reuters

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