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Ibovespa fecha em queda com ajuste em Vale e receios fiscais

Placeholder - loading - Painel de cotações da B3 em São Paulo 19/10/2021 REUTERS/Amanda Perobelli/Arquivo
Painel de cotações da B3 em São Paulo 19/10/2021 REUTERS/Amanda Perobelli/Arquivo

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira, mais do que devolvendo os ganhos dos últimos dois pregões, pressionado particularmente pela queda de cerca de 2% da Vale e preocupações com a cena fiscal, enquanto Petrobras avançou na esteira da alta do petróleo no exterior.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,38%, a 131.671,51 pontos, tendo marcado 131.176,49 pontos na mínima e 133.513,79 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somou 23,06 bilhões de reais.

Na visão da analista Júlia Aquino, da XP Investimentos, houve efeito do clima de aversão a risco global com a chance de escalada do conflito no Oriente Médio, mas investidores também seguem atentos à questão fiscal, com dados mostrando um déficit primário do governo federal de 22,4 bilhões de reais em agosto.

Investidores permanecem desconfortáveis com a situação das contas públicas, mesmo após a Moody's elevar o rating soberano do Brasil, em meio à desconfiança sobre a capacidade do governo de equilibrar os números à frente, diante de questões como a criação de despesas permanentes com receitas temporárias.

Para alguns estrategistas, a situação fiscal representa um obstáculo para o Brasil capturar benefícios do momento favorável no cenário externo, com queda de juros nos Estados Unidos e estímulos econômicos na China, bem como para a Selic recuar abaixo de dois dígitos.

Na véspera, o presidente do Banco Central reafirmou que juros mais baixos dependem de um choque positivo no fiscal.

Em Wall Street, os principais índices acionários terminaram com sinal negativo, com agentes aguardando dados do mercado de trabalho norte-americano na sexta-feira, enquanto monitoram a situação no Oriente Médio. O S&P 500 encerrou com decréscimo de 0,17%.

De acordo com analistas do Itaú BBA, o Ibovespa busca um novo intervalo de negociação. 'O ponto de atenção está nos 130.000 pontos, que foi a mínima recente deixada', afirmaram no relatório Diário do Grafista, destacando que, se essa marca for perdida, o Ibovespa entrará em tendência de baixa no curto prazo.

DESTAQUES

- VALE ON caiu 1,92%, em mais um dia sem a referência dos preços do minério de ferro na China por feriado naquele país, enquanto o contrato de referência da commodity em Cingapura perdeu 0,98% após fortes ganhos no começo da semana.

- PETROBRAS PN subiu 1,23%, favorecida pelo petróleo no exterior, onde o Brent fechou em alta de 5,03%. No setor, PETRORECONCAVO ON ganhou 1,83%, BRAVA ENERGIA ON avançou 1,14% e PRIO ON valorizou-se 1,11%.

- ITAÚ UNIBANCO PN perdeu 2,46%, em sessão negativa para o setor como um todo, com SANTANDER BRASIL UNIT caindo 2,3%, BRADESCO PN cedendo 1,05% e BANCO DO BRASIL ON recuando 0,92%. No radar, o governo publicou medida provisória adiando o prazo para bancos começarem a deduzir perda com inadimplência no IRPJ e na CSLL.

- ASSAÍ ON caiu 5,73%, novamente na ponta negativa após uma trégua na véspera, com o setor como um todo em baixa, assim como outros papéis sensíveis a juros na esteira do movimento dos DIs. O índice do setor de consumo recuou 1,86%, com uma das exceções sendo NATURA&CO ON, que fechou em alta de 2,59%. Na véspera, a fabricante de cosméticos disse que a Baillie Gifford comprou ações da empresa, atingindo uma participação de 5,04%.

Escrito por Reuters

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