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Ibovespa termina no zero a zero em semana cheia de balanços e ainda sem anúncio fiscal

Placeholder - loading - Painel da B3 em São Paulo 5/8/2024 REUTERS/Carla Carniel/Arquivo
Painel da B3 em São Paulo 5/8/2024 REUTERS/Carla Carniel/Arquivo

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou quase estável nesta quinta-feira, em dia que teve Marfrig entre os destaques positivos após a processadora de carne bovina divulgar resultado trimestral combinado com anúncio de dividendos e recompra de ações, enquanto MRV&Co desabou em meio a preocupações com a alavancagem da construtora.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com acréscimo de 0,05%, a 127.791,6 pontos, após marcar 128.423,48 pontos na máxima e 127.388,86 pontos na mínima do dia. Na semana, acumulou uma variação negativa de 0,03%.

O volume financeiro nesta quinta-feira somou 28,78 bilhões de reais, em pregão também marcado por vencimento de opções sobre ações e véspera de feriado no Brasil.

Uma bateria de resultados corporativos ocupou as atenções nessa semana, reta final da safra do terceiro trimestre, enquanto permaneceu o silêncio em Brasília sobre o anúncio de um pacote prometido pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que busca garantir o cumprimento do arcabouço fiscal.

De acordo com economistas do Bradesco chefiados por Fernando Honorato, com a agenda esvaziada na próxima semana, a política fiscal será o foco do mercado, enquanto permanece a expectativa de anúncio do pacote de cortes de gastos, conforme relatório enviado a clientes nesta quinta-feira.

Em Nova York, a sessão foi de queda nos mercados acionários, depois que o presidente do Federal Reserve diminuiu as esperanças de investidores de outro corte na taxa de juros este ano, dizendo que o banco central dos EUA não precisa se apressar para flexibilizar a política monetária.

DESTAQUES

- MARFRIG ON disparou 8,26%, após a processadora de carne bovina reportar lucro líquido de 79,1 milhões de reais, bem como anunciar a distribuição de 2,5 bilhões de reais em dividendos intercalares e programa de recompra de até 27,9 milhões de ações, equivalentes a 9,72% dos papéis em circulação.

- CEMIG PN avançou 5,22%, após o governo de Minas Gerais encaminhar nesta quinta-feira à Assembleia Legislativa um projeto de lei para privatizar a companhia elétrica, transformando-a em uma 'corporation', sem controlador definido. Investidores também analisaram resultado trimestral, que apresentou lucro líquido recorrente de 1,1 bilhão de reais, e anúncio de uma nova CFO.

- MRV&CO ON desabou 7,07%, mesmo após reduzir o prejuízo para 12,7 milhões de reais no terceiro trimestre, quando a construtora que teve uma geração de caixa ajustada de 124 milhões de reais no terceiro trimestre, ante consumo de 46,2 milhões de reais no mesmo período do ano passado. Analistas mostraram preocupações com a alavancagem da empresa.

- ULTRAPAR ON caiu 6,22%, após o controlador da rede de postos de combustíveis Ipiranga e da distribuidora de gás Ultragaz reportar que teve lucro líquido de 698 milhões de reais no terceiro trimestre, queda de 22% sobre um ano antes. A unidade Ipiranga registrou alta de 4% no volume vendido, mas queda de 34% no Ebitda ajustado recorrente.

- AZUL PN fechou em alta de 2,5%, após reduzir o prejuízo no terceiro trimestre para 203 milhões de reais, registrando no período Ebitda recorde de 1,65 bilhão de reais. A companhia aérea estimou um crescimento de cerca de 23% no Ebitda em 2025, para cerca de 7,4 bilhões de reais. A Azul também está vendo a demanda se mantendo forte por voos domésticos neste trimestre e defendeu que as tarifas do setor sejam elevadas.

- PETROBRAS PN valorizou-se 1,06%, endossada pelo avanço do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou com elevação de 0,39%. Analistas do Citi reiteraram recomendação 'neutra' para as ações, mas inseriram um 'upside catalyst watch' (observação de catalisador de alta) por 90 dias, sustentado pelos dividendos ordinários positivos à frente e possível pagamento de dividendos extraordinários.

- BANCO DO BRASIL ON caiu 2,24%, apesar da alta no lucro do terceiro trimestre para 9,5 bilhões de reais, uma vez que houve aumento relevante em provisões para calote em razão de deterioração da inadimplência no crédito rural, o que fez o BB revisar suas provisões totais para o ano. A CEO do banco afirmou que não há crise no agronegócio e que a piora na inadimplência do setor se concentra em soja e no Centro-Oeste.

- AMERICANAS ON, que não faz parte do Ibovespa, saltou 180,06%, após divulgar lucro líquido de 10,3 bilhões de reais no terceiro trimestre, em um resultado recheado de efeitos gerados pelo plano de recuperação judicial da rede de varejo. Em entrevista à Reuters, questionada sobre vendas de ativos, a CFO disse que a rede de franquias Uni.co é a que tem a possibilidade de iniciar um processo de desinvestimento 'em breve'.

Escrito por Reuters

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