Impostos sobre álcool não são altos o suficiente, diz OMS
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LONDRES (Reuters) - A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu aos governos nesta terça-feira que aumentem os impostos sobre bebidas alcoólicas e os imponham a produtos que atualmente estão isentos, como o vinho em alguns países europeus.
As bebidas açucaradas também deveriam ser tributadas a taxas mais elevadas, afirmou a OMS, acrescentando que todos os anos 2,6 milhões de pessoas morrem por consumo de álcool e 8 milhões de pessoas morrem devido a dietas pouco saudáveis.
Rudiger Krech, diretor de Promoção da Saúde da OMS, disse que tributar esses produtos a uma taxa mais elevada cria populações mais saudáveis.
“Tem um efeito cascata positivo em toda a sociedade – menos doenças e debilitação e receitas para os governos fornecerem serviços públicos”, continuou Krech, acrescentando que, no caso do álcool, a taxação mais alta também ajuda a prevenir a violência e lesões causadas pelo trânsito.
Organizações de saúde pública como a OMS estão cada vez voltando atenção para o impacto na saúde de produtos como o álcool e os alimentos com açúcar, depois de obterem ganhos significativos ao ressaltar os impactos de mortalidade nas doenças causadas pelos cigarros.
A OMS também divulgou nesta terça-feira um “manual tributário do álcool” para acompanhar documentos semelhantes relativos ao tabaco e às bebidas adoçadas com açúcar.
O documento afirma que a maioria dos impostos sobre o álcool são “baixos e não concebidos de forma otimizada” e que o vinho não é tributado de todo em 22 países, principalmente na Europa, apelando aos governos pela introdução de impostos mais elevados e pela tributação de todos os tipos de álcool.
O consumo de álcool é um fator causal em mais de 200 doenças e lesões, incluindo alguns tipos de câncer, cirrose hepática e doenças cardiovasculares, de acordo com a OMS.
As associações do setor do álcool afirmam que impostos mais elevados levam à redução das vendas e à queda das receitas fiscais, ao mesmo tempo que ameaçam a sobrevivência de algumas empresas.
(Reportagem de Emma Rumney)
Escrito por Reuters
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