Investigações e queda nos lucros instigam mudanças no mercado de petróleo
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Por Julia Payne e Dmitry Zhdannikov
GENEBRA/LONDRES (Reuters) - Para as maiores traders do mercado de petróleo do mundo, parece uma volta aos anos 1980, quando os lucros foram diluídos por uma abundância de petróleo bruto.
Após três décadas de expansão extraordinária e de rendas crescentes, as margens de lucro de Vitol, Glencore, Trafigura, Gunvor, Mercuria e outras traders foram reduzidas por um mercado novamente repleto de petróleo bruto e por uma concorrência acirrada de petroleiras nacionais.
Uma série de investigações de grande repercussão nos Estados Unidos sobre as operações das traders também estão abalando o negócio, e ecoam a transformação que se seguiu ao indiciamento de Marc Rich, o chefão do comércio global de petróleo, em 1983.
Executivos veteranos, muitos dos quais aprenderam o ofício na era Marc Rich, dizem que só as empresas mais robustas sobreviverão à nova crise.
'Estou ouvindo argumentos sobre a morte do trading há 30 anos. Mas a realidade é: há aqueles que se adaptam e aqueles que desaparecem', disse o diretor-executivo da Gunvor, Torbjorn Tornqvist.
Ele disse que as empresas sempre tiveram que mudar com o mercado, como adaptar-se aos desenvolvimentos de futuros – mas o ano passado foi particularmente difícil.
Vitol, Mercuria, Gunvor, Trafigura e a divisão de comércio de petróleo da Glencore tiveram um lucro líquido combinado de cerca de 3,2 bilhões de dólares derivados de 747 bilhões de dólares de receitas em 2018 – em 2015 o lucro combinado foi de 5 bilhões de dólares derivados de 511 bilhões de dólares de receitas.
A consultoria Oliver Wyman disse que as margens comerciais caíram mais de 20% no ano passado depois de chegarem a um pico em 2015.
'Estimamos que as margens podem regredir possivelmente ao menos outros 15% ao longo dos próximos cinco anos, à medida que os mercados de commodity ficarem mais estáveis e mais transparentes e a concorrência se tornar mais intensa', disse a consultoria em um relatório neste ano.
Executivos dizem que a consolidação é inevitável, já que uma transparência crescente do mercado significa que as petroleiras têm menos oportunidades de explorar a qualidade ou deslocamentos de cronograma entre produtores e consumidores finais para conseguir acordos fora dos mercados de câmbio ou de futuros.
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447759)) REUTERS ES
Escrito por Reuters
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