Irã promete superar oposição dos EUA no 40o aniversário da revolução
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Por Parisa Hafezi
DUBAI (Reuters) - Centenas de milhares de iranianos marcharam e alguns queimaram bandeiras dos Estados Unidos nesta segunda-feira para comemorar o 40º aniversário do triunfo do aiatolá Ruhollah Khomeini, o clérigo xiita que depôs o xá em uma Revolução Islâmica que incomoda o Ocidente até hoje.
No dia 11 de fevereiro de 1979, o Exército do Irã declarou sua neutralidade, abrindo caminho para a queda do xá Mohammad Reza Pahlavi, maior aliado dos EUA no Oriente Médio.
A televisão estatal mostrou multidões desafiando o tempo chuvoso e portando bandeiras iranianas enquanto bradavam 'Morte a Israel, Morte à América', chavões da revolução que derrubou o aliado mais importante de Washington na região.
'Para grande assombro da América, a revolução chegou ao 40º ano', dizia um cartaz.
Soldados, estudantes, clérigos e mulheres de preto carregando crianças pequenas lotaram as ruas de todo o país, muitas delas com retratos de Khomeini, que morreu em 1989, e do atual líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.
O grande comparecimento em eventos patrocinados pelo Estado coincide com as dificuldades econômicas crescentes enfrentadas pela população.
No ano passado o Irã reprimiu protestos contra o baixo padrão de vida em mais de 80 cidades que representaram o maior desafio à sua liderança clerical desde uma revolta de 2009 desencadeada por uma eleição contestada.
Os preços do pão, do óleo de cozinha e de outros itens básicos dispararam desde que o presidente Donald Trump retirou Washington do acordo nuclear de 2015 no ano passado e reativou sanções.
Em janeiro o presidente Hassan Rouhani disse que seu país está passando por sua pior crise econômica desde a deposição do xá, mas manteve o tom desafiador agora que os iranianos relembram o fim de um monarca que agradava os ricos e acionava sua polícia secreta contra os dissidentes.
Em um discurso na praça Azadi (Liberdade) de Teerã, Rouhani disse que os esforços dos EUA para isolar o Irã fracassarão.
'Não deixaremos a América sair vitoriosa... o povo iraniano teve e terá algumas dificuldades econômicas, mas superaremos os problemas ajudando um ao outro', disse.
Os manifestantes carregavam cães feitos de cartolina – um deles tinha o rosto de Trump e outro o rosto do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Escrito por Thomson Reuters
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