Irã se reserva direito de reagir a ataques aéreos israelenses e saúda cessar-fogo no Líbano
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Por Sergio Goncalves e Miguel Pereira
LISBOA (Reuters) - Teerã se reserva o direito de reagir aos ataques aéreos israelenses do mês passado contra o Irã, mas também tem em mente outros acontecimentos na região, disse o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, nesta quarta-feira.
Araghchi disse a repórteres durante uma viagem a Lisboa que o Irã saudou o acordo de cessar-fogo de terça-feira no Líbano e espera que ele possa levar a uma pausa permanente. O acordo para paralisar as hostilidades entre Israel e o Hezbollah, apoiado pelo Irã, entrou em vigor nesta quarta-feira, mediado pelos Estados Unidos e pela França.
Perguntado se o cessar-fogo poderia levar a uma diminuição das tensões entre Israel e o Irã, ele disse: 'Isso depende do comportamento de Israel'.
'É claro que nos reservamos o direito de reagir à recente agressão israelense, mas consideramos todos os acontecimentos na região', disse.
Israel atingiu alvos no Irã em 26 de outubro em retaliação a uma barragem de mísseis iranianos contra Israel em 1º de outubro.
Ali Larijani, conselheiro sênior do líder supremo do Irã, afirmou em uma entrevista publicada pela agência de notícias iraniana Tasnim no último domingo que seu país estava se preparando para 'responder' a Israel.
Embora o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tenha dito na terça-feira que o Hezbollah havia 'retrocedido décadas', Araghchi afirmou que o grupo armado não foi enfraquecido pela morte de muitos de seus líderes por parte de Israel desde janeiro e pela ofensiva terrestre contra o grupo desde o início de outubro.
O Hezbollah conseguiu se reorganizar e revidar com eficácia, disse Araghchi.
'Essa é a principal razão pela qual Israel aceitou o cessar-fogo... toda vez que eles (o Hezbollah) perdem seus líderes ou comandantes, eles se tornam maiores tanto em número quanto em força', afirmou.
Suas falas ecoaram os comentários de uma autoridade de alto escalão do Hezbollah, Hassan Fadlallah, que disse que o grupo sairia da guerra mais forte e mais numeroso.
Escrito por Reuters
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