Itália enfrenta UE por conta de imigrantes deixados em barco de resgate
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Por Steve Scherer e Gabriela Baczynska
ROMA/BRUXELAS (Reuters) - O governo populista da Itália informou nesta sexta-feira que irá cortar fundos para a União Europeia a não ser que outros países recebam imigrantes que estão em um porto italiano, gerando uma resposta de Bruxelas contra o que considerou “ameaças” inaceitáveis.
O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, disse que diplomatas dos países da UE que se encontraram em Bruxelas nesta sexta-feira não chegaram a um acordo para dividir os 150 imigrantes a bordo do Diciotti, um navio da guarda-costeira italiana aportado em Catania desde segunda-feira.
A Itália irá “agir de acordo”, ele disse em publicação no Facebook, destacando que a UE havia fracassado em ser fiel aos seus princípios de “solidariedade e responsabilidade” e que há um abismo “entre palavras e ações” que é colorido por “hipocrisia”.
Mais de 650 mil pessoas chegaram às costas italianas desde 2014 e a Itália começou a adotar uma rígida postura anti-imigração, dizendo que não irá deixar mais navios de resgate aportarem a não ser que outros países da UE aceitem receber as pessoas.
O ministro do Interior, Matteo Salvini, que comanda o partido anti-imigração Liga, insistiu que pessoas não terão permissão de desembarcar até que outros países da UE as aceitem --gerando uma investigação criminal sobre se imigrantes estão sendo detidos contra vontade.
Salvini parecia ter feito certas concessões em uma entrevista a uma rádio nesta sexta-feira, sugerindo que poderia deixar imigrantes desembarcarem do Diciotti assim que for apurado quem são os “verdadeiros refugiados”.
“Estou considerando a possibilidade de realizar procedimentos de identificação e reconhecimento para identificar verdadeiros refugiados, que são a minoria, dos refugiados falsos antes de desembarcarem”, disse à emissora estatal Rai.
Escrito por Thomson Reuters
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