Itaúsa tem perspectiva de distribuir dividendos adicionais no início de 2025
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SÃO PAULO (Reuters) - A Itaúsa pode fazer distribuição adicional de dividendos aos acionistas no início do próximo ano, afirmou nesta terça-feira o presidente-executivo da holding controladora do Itaú Unibanco, Alfredo Setubal.
'As empresas estão indo melhor e a perspectiva é que paguem mais JCP e dividendos em relação a 2024', disse Setubal em apresentação a analistas e investidores após a publicação do balanço trimestral da companhia na noite da véspera.
'Esperamos que possamos distribuir dividendos adicionais no início do ano que vem. Há perspectiva de que o Itaú Unibanco distribua dividendos extraordinários no início do ano. Se houver isso, vamos repassar esse dividendo também para nossos acionistas', disse Setubal.
O executivo lembrou que o conselho de administração da companhia aprovou na véspera bonificação de acionistas na proporção de cinco novas ações para cada 100 papéis detidos pelos investidores. O aumento de capital é equivalente a 7 bilhões de reais.
Assim como nos últimos trimestres, Setubal voltou a frisar que a Itaúsa segue buscando novos investimentos, mas a atual conjuntura elevada de juros do país tem impedido uma equação de retorno que justifique novos aportes da empresa.
A empresa 'tem uma série de NDAs assinados', disse Setubal na apresentação a investidores, se referindo à expressão em inglês para acordos de confidencialidade, e o presidente do conselho de administração, Raul Calfat, afirmou que a empresa 'dificilmente tem menos de 12 a 15 empresas que estão sendo avaliadas para investimentos'.
Calfat não informou os nomes das empresas analisadas pela Itaúsa, mas Setubal citou que a holding segue interessada em entrar na cadeia do agronegócio, embora também ainda não tenha encontrado oportunidade para investir.
Questionado por jornalistas sobre a presença de empresas industriais e de consumo no portfólio da empresa que nos últimos anos se voltou notoriamente a segmentos de infraestrutura, Setubal afirmou que a Itaúsa segue apostando na Dexco e na Alpargatas 'no médio prazo' diante de uma perspectiva de redução da inflação brasileira.
'A longo prazo, as empresas de industriais devem voltar a ter rentabilidade acima do custo de capital...Estão gerando pouco valor para os acionistas, mas isso é momento transitório da economia brasileira', disse o presidente da Itaúsa.
Segundo o executivo, 'é muito difícil o Brasil conseguir deixar a inflação no centro da meta', mas o país está 'caminhando na direção correta. 'Temos visão otimista de que no médio prazo as coisas vão se encaixar, com inflação controlada ao redor do topo da meta.'
Sobre a criação de uma eventual estrutura fora do Brasil que pudesse permitir ao grupo viabilizar investimentos no exterior diante de alíquotas tributárias menores, Setubal disse que isso 'é projeto que vai e vem'.
'Continuamos focados em mostrar que a dificuldade fiscal e tributária no Brasil torna as empresas brasileiras menos competitivas para operarem no mercado internacional', disse Setubal. 'A maioria dos países tem alíquotas de 20%', afirmou o executivo, citando alíquotas no Brasil de 34% para empresas não financeiras e 45% para companhias financeiras.
(Por Alberto Alerigi Jr.)
Escrito por Reuters
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