Justiça determina que governo Trump preserve mensagens do plano de ataque ao Iêmen
Publicada em
Por Andrew Goudsward
WASHINGTON (Reuters) - Um juiz dos Estados Unidos determinou nesta quinta-feira que o governo do presidente norte-americano, Donald Trump, preserve as mensagens enviadas pelo aplicativo Signal sobre a discussão dos planos de ataque contra Houthis no Iêmen, que vieram a público após serem compartilhadas por engano com um jornalista.
A ordem do juiz distrital norte-americano James Boasberg exige que os órgãos federais cujos líderes integravam o chat, incluindo o secretário de Defesa, Pete Hegseth, e o diretor da CIA, John Ratcliffe, não excluam as mensagens enviadas no Signal de 11 a 15 de março, período em que um editor da revista The Atlantic documentou a atividade no chat.
Um advogado do governo Trump disse mais cedo que as agências federais já estavam trabalhando para determinar quais registros ainda existiam para que pudessem ser preservados.
A American Oversight, um grupo de responsabilidade governamental, processou na terça-feira os órgãos federais envolvidos no chat, alegando que o uso do Signal, que permite que as mensagens sejam automaticamente excluídas após um determinado período, viola a lei de manutenção de registros.
'Somos gratos pela decisão do juiz de suspender qualquer destruição adicional desses registros essenciais. O público tem o direito de saber como são tomadas as decisões sobre guerra e segurança nacional -- e a responsabilidade não desaparece só porque uma mensagem foi configurada para ser excluída automaticamente', disse Chioma Chukwu, diretora executiva interina da American Oversight, em um comunicado.
Procurada, a Casa Branca não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
A The Atlantic publicou na quarta-feira mensagens que, segundo a revista, foram trocadas no grupo após funcionários do governo Trump afirmarem que elas não eram confidenciais, em uma tentativa de minimizar o impacto do vazamento.
As mensagens revelaram discussões entre funcionários de alto escalão da segurança nacional sobre ataques militares planejados contra o grupo militante Houthi. De acordo com a reportagem, Hegseth compartilhou informações sobre o momento dos ataques em 15 de março, incluindo um destinado a alguém identificado no chat como terrorista, horas antes do início do ataque.
A existência do chat e a divulgação inadvertida de mensagens a um jornalista levantaram questões sobre o tratamento dado pelo governo Trump a informações sensíveis de inteligência e militar.
Escrito por Reuters