Justiça ordena que Trump pague US$454 milhões em caso de fraude em Nova York
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Por Jonathan Stempel
NOVA YORK (Reuters) - O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump foi obrigado formalmente, por um juiz de Nova York, a pagar 454,2 milhões de dólares após ter sido considerado culpado por manipular seu patrimônio, em um processo de fraude cível impetrado pelo procurador-geral de Nova York.
O pagamento inclui uma multa de 354,9 milhões de dólares que o juiz Arthur Engoron, do tribunal estadual de Manhattan, aplicou no dia 16 de fevereiro, mais juros, depois de um julgamento que durou mais de três meses.
Engoron também decidiu que os filhos adultos de Trump, Donald Trump Jr. e Eric Trump, devem pagar quase 4,5 milhões de dólares, e o ex-CFO das Organizações Trump, Allen Weisselberg, mais 1,1 milhão de dólares, todos já com os juros incluídos.
Os pagamentos totais de 464,6 milhões de dólares foram determinados na quinta-feira. Mais de 114 mil dólares em juros continuarão sendo contados diariamente, a maior parte para o próprio ex-presidente. O julgamento foi tornado público nesta sexta.
A procuradora-geral Letitia James acusou os réus de inflarem ilegalmente o valor das propriedades de Trump para aumentar seu patrimônio e obter melhores termos em empréstimos e seguros.
Engoron também proibiu Trump de exercer, por três anos, qualquer cargo de liderança em empresas de Nova York, ou buscar empréstimos em bancos registrados no Estado. Seus filhos adultos também estão proibidos de exercer tais cargos, mas por dois anos.
O juiz afirmou que “a completa falta de contrição ou remorso por parte dos réus beira o patológico”.
O ex-presidente também enfrenta quatro acusações criminais diferentes, e em todas se disse inocente, enquanto busca retomar a Casa Branca, atualmente ocupada pelo democrata Joe Biden.
Trump acusa James e Engoron, ambos democratas, de serem corruptos, e falou que o processo é parte de uma “caça às bruxas” realizada por opositores políticos.
Ele planeja recorrer da sua multa à Divisão de Apelação, uma corte de instância mediana, mas terá de apresentar o dinheiro devido ou obter uma fiança.
Engoron rejeitou um pedido de Clifford Robert, um advogado dos réus, para adiar a execução das sentenças por 30 dias e permitir “um processo pós-julgamento mais ordenado, particularmente dada a magnitude da sentença”.
Em email enviado na quinta-feira para Robert, Engoron escreveu: “Você fracassou ao explicar, muito menos justificar, qualquer base para a suspensão. Estou confiante de que a Divisão de Apelações protegerá os seus direitos recursais”.
(Reportagem de Jonathan Stempel em Nova York)
Escrito por Reuters
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