Kamala e Trump tentam expandir campanha para além de suas bases
Publicada em
Por Gabriella Borter
(Reuters) - Menos de três semanas antes do dia da eleição norte-americana, a disputa entre os candidatos à Casa Branca segue separada pela margem de erro. Agora, a vice-presidente, a democrata Kamala Harris, e o ex-presidente, o republicano Donald Trump, lutam pelo apoio de cada eleitor indeciso e, para isso, tentam falar para além de suas bases. Isso significa apostar em eventos fora de suas zonas de conforto, nem sempre com sucesso.
Na quarta-feira, Kamala concedeu uma combativa entrevista a Bret Baier, da Fox News. Ele a interrogou sobre os esforços do governo do atual presidente, Joe Biden, para conter o aumento da imigração ilegal, a aptidão mental de Biden e outros pontos de discórdia para os tradicionais expectadores conservadores da emissora. Por vezes claramente frustrada, Kamala apoiou repetidamente suas respostas no que ela vê como deficiências de Trump, incluindo suas ameaças contra críticos.
A campanha de Trump chamou a entrevista de 30 minutos na emissora de direita de 'desastre'. Os democratas alegam que a candidata demonstrou firmeza.
Nesta semana, os dois candidatos tentaram algo novo. Kamala e o ex-parlamentar republicano Adam Kinzinger apresentaram na quarta-feira, no Condado de Bucks, na Pensilvânia, suas ideias para eleitores centristas e de direita que rejeitam a política rancorosa de Trump. Eles prometeram na sexta-feira passada que ela vai criar um conselho consultivo bipartidário e nomeará um republicano para seu ministério. Para influenciar os homens negros, grupo em que Kamala está atrás do desempenho de Biden, o ex-presidente democrata Barack Obama foi a principal atração de um evento de campanha. Além disso, Kamala esboçou algumas políticas para a comunidade e concedeu uma entrevista a Charlamagne tha God, ocasião em que falou sobre suas novas propostas para empréstimos e prometeu descriminalizar a maconha. A campanha de Kamala também está negociando a participação da candidata no podcast de Joe Rogan, o mais popular da plataforma Spotify, com 14,5 milhões de seguidores e com uma maioria de audiência masculina e jovem, informou a Reuters em primeira mão. Trump, por sua vez, buscou angariar apoio de mulheres e latinos em eventos na Fox e na Univision, respectivamente, na quarta-feira. Aos latinos, enfatizou sua falsa acusação de que imigrantes haitianos de Springfield, Ohio, estão comendo animais, ao ser questionado por um eleitor republicano. Na Fox, disse para as mulheres que era o 'pai da fertilização in vitro'. Trump teve um confronto com o editor-chefe da Bloomberg em um evento do Chicago Economic Club na terça-feira, quando defendia seu plano de impostos e outras políticas econômicas. Ele afirmou que um presidente pode opinar, mas disse que não irá interferir nas decisões sobre taxas de juros do Federal Reserve, o Banco Central norte-americano. Ele se recusou a dizer se manteve contato com o presidente russo, Vladimir Putin, desde a saída do cargo, mas afirmou que fazer isso seria sensato. Após o evento, contou que tinha a impressão de que faria um discurso, mas então foi informado de que seria entrevistado pela Bloomberg.
'Ele é um hater do Trump e, brilhantemente, minha equipe não me disse isso', reclamou. (Reportagem de Garbirella Borter)
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO