Kamala Harris fala sobre guerra de Gaza e tirania no encerramento da convenção democrata
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Por Jeff Mason e Doina Chiacu
CHICAGO (Reuters) - A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, selou a indicação democrata para a Presidência com um discurso no qual estabeleceu amplos princípios de política externa e contrastes nítidos com o rival republicano Donald Trump, faltando 11 semanas para o fim da corrida para a Casa Branca.
Na última noite da Convenção Nacional Democrata, que durou quatro dias, Kamala, de 59 anos, prometeu ser uma presidente 'realista' e 'prática' para todos os norte-americanos enquanto luta contra Trump, de 78 anos, em uma campanha acirrada.
'Na luta permanente entre a democracia e a tirania, sei qual é a minha posição e sei qual é o lugar dos Estados Unidos', disse ela na quinta-feira, acusando Trump de se curvar aos ditadores. Ela prometeu apoiar a Otan, a Ucrânia e 'enfrentar a agressão de Putin', uma referência ao presidente da Rússia.
Kamala Harris surgiu como a candidata democrata há pouco mais de um mês, quando aliados do presidente norte-americano, Joe Biden, de 81 anos, o forçaram a desistir da disputa.
Foi um discurso vigoroso para uma candidata que, durante sua breve campanha, ainda não havia articulado muito de sua visão para o país. Kamala tem enfrentado uma série de ataques pessoais de Trump, que a chamou de fraca no cenário internacional.
Depois de dias de protestos de apoiadores palestinos que ficaram desapontados por não terem conseguido um lugar para falar na convenção, Kamala fez uma promessa de proteger Israel, trazer os reféns de Gaza e acabar com a guerra no enclave palestino.
'Agora é a hora de fazer um acordo sobre os reféns e um acordo sobre o cessar-fogo', disse ela sob aplausos. 'E quero deixar claro que sempre defenderei o direito de Israel de se defender e sempre garantirei que Israel tenha a capacidade de se defender.'
Ela afirmou que quer encerrar a guerra de uma forma que proporcione segurança a Israel e permita que o povo palestino realize seu direito à autodeterminação.
Kamala disse que tomaria qualquer medida necessária para defender os interesses dos EUA contra o Irã e afirmou que tiranos e ditadores, incluindo Kim Jong Un, da Coreia do Norte, 'estão torcendo por Trump'.
Se for bem-sucedida, Kamala Harris entrará para a história como a primeira mulher eleita presidente dos EUA em 5 de novembro.
Kamala traçou uma série de contrastes com Trump, acusando-o de não lutar pela classe média, de planejar um aumento de impostos por meio de suas propostas tarifárias e de ter colocado em movimento o fim do direito constitucional ao aborto com suas escolhas para a Suprema Corte dos EUA.
Harris observou a recente decisão da Suprema Corte sobre imunidade presidencial e os riscos que isso representaria se Trump voltasse ao poder.
'Imagine Donald Trump sem grades de proteção', disse ela.
Trump, que havia prometido responder ao discurso em tempo real, postou uma série de mensagens no Truth Social enquanto ela falava sobre ele, incluindo: 'Ela representa a incompetência e a fraqueza - nosso país está sendo alvo de chacota em todo o mundo!' e 'Ela nunca será respeitada pelos tiranos do mundo!'
Escrito por Reuters
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