Kremlin diz que diálogo com EUA deve avançar, mas ninguém espera soluções rápidas
Publicada em
MOSCOU (Reuters) - O Kremlin afirmou nesta quinta-feira que acredita que o diálogo com os Estados Unidos deve avançar desde que haja vontade política de ambos os lados e disposição para ouvir um ao outro, mas que ninguém espera soluções rápidas e fáceis.
O Kremlin fez os comentários no momento em que diplomatas russos e norte-americanos se reuniam em Istambul para conversações com o objetivo de resolver disputas de longa data sobre suas respectivas missões diplomáticas, no que é um primeiro teste de sua capacidade para redefinir relações mais amplas e trabalhar para acabar com o conflito na Ucrânia.
Falando a repórteres na quarta-feira, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse que a Rússia teria que fazer 'concessões' territoriais em futuras negociações com a Ucrânia, mas que Kiev 'pode esquecer' a adesão à aliança da Otan.
'Faremos o melhor que pudermos para fazer o melhor acordo possível para ambos os lados', disse Trump. 'Mas para a Ucrânia, vamos nos esforçar muito para fazer um bom acordo para que eles possam recuperar o máximo (de território) possível.'
Moscou afirma que quatro regiões ucranianas -- Donetsk, Zaporizhzhia, Kherson e Luhansk -- agora fazem parte da Rússia, embora não controle nenhuma delas totalmente. Kiev e muitos países ocidentais rejeitam as reivindicações da Rússia como ilegais.
Questionado sobre os comentários de Trump, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse nesta quinta-feira: 'O que estamos vendo é que o próprio presidente Trump fala e está pronto para ouvir os outros.'
'Ninguém espera que as soluções venham fácil e rapidamente. O problema em questão é muito complexo e negligenciado. Mas com a vontade política dos dois países, com a disposição de ouvir e escutar um ao outro, acho que seremos capazes de passar por esse processo de trabalho', disse Peskov aos repórteres.
Ele afirmou que um tópico de possível cooperação entre a Rússia e os EUA seria o desenvolvimento conjunto de recursos naturais no Ártico, mas que ainda não houve conversas substanciais sobre isso.
(Reportagem de Dmitry Antonov)
Escrito por Reuters