Lançamento de satélite chinês gera alerta em Taiwan antes de eleição
Publicada em
Por Ben Blanchard e Ryan Woo
TAIPÉ/PEQUIM (Reuters) - O governo de Taiwan emitiu um alerta em toda a ilha na terça-feira, dizendo que um satélite chinês havia sobrevoado seu espaço aéreo no sul, o que o ministro das Relações Exteriores de Taiwan descreveu como parte de um padrão de assédio dias antes de uma eleição crucial.
O alerta de segurança foi enviado pelo Ministério da Defesa aos usuários de telefones celulares em Taiwan após as 15h (4h em Brasília), mais ou menos no mesmo horário em que a mídia estatal chinesa confirmou o lançamento de um satélite científico.
Taiwan realiza eleições presidenciais e parlamentares no sábado. Pequim reivindica Taiwan como seu próprio território e tem apresentado as eleições como uma escolha entre a paz e a guerra no Estreito de Taiwan. O governo de Taiwan rejeita as afirmações de soberania da China.
A agência de notícias estatal chinesa Xinhua informou que a China havia lançado 'um novo satélite astronômico' chamado Einstein Probe a partir da província de Sichuan, no sudoeste do país.
A China não havia anunciado anteriormente o lançamento do satélite e não forneceu nenhum detalhe sobre seu plano de voo. A China fez dois lançamentos de satélites em dias consecutivos no início de dezembro a partir de um local de lançamento na Mongólia Interior. Nenhum deles sobrevoou Taiwan ou acionou um alerta.
O ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu, que estava concedendo entrevista a dezenas de repórteres estrangeiros quando o alerta soou, descreveu o lançamento como parte de um padrão de perseguição a Taiwan, assim como os casos recentes de balões chineses vistos sobre a ilha.
'Todos esses tipos de táticas são classificados como atividades de zona cinzenta, (e) continuam a lembrar às pessoas aqui em Taiwan que existe o perigo de guerra entre Taiwan e a China', disse ele aos repórteres.
'Com esses tipos de ameaças contra Taiwan, acho que devemos ter os olhos abertos e não devemos ser provocados.'
O Ministério da Defesa da China não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO