Líder de Hong Kong pede desculpas novamente após revolta por lei de extradição
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Por Clare Jim e Anne Marie Roantree
HONG KONG (Reuters) - A líder de Hong Kong, Carrie Lam, pediu desculpas novamente nesta terça-feira e disse que ouviu o povo 'alto e claro' após alguns dos protestos mais violentos na cidade controlada pela China contra um projeto de lei de extradição que ela promoveu, mas depois resolveu adiar.
Carrie, que tem o apoio do governo chinês, disse em uma coletiva de imprensa acompanhada atentamente pela população que o projeto de lei não será reapresentado durante seu mandato se os temores públicos persistirem.
Tratou-se do sinal mais forte até o momento de que o governo está, na prática, engavetando a legislação, que permitiria que as pessoas fossem extraditadas à China continental para serem julgadas.
'Como este projeto de lei causou tanta apreensão nos últimos meses, e preocupações e diferenças de opinião, eu, e isto é um compromisso, não prosseguirei com este exercício legislativo se estes temores e apreensões não puderem ser tratados adequadamente', disse Carrie a repórteres.
Parecendo ao mesmo tempo contrita e desafiadora, ela usou em grande medida a mesma linguagem ouvida em uma coletiva de imprensa de sábado, na qual anunciou um adiamento do projeto de lei. Um dia depois, cerca de dois milhões de pessoas tomaram as ruas, muitas exigindo sua renúncia.
Indagada diversas vezes se sairá, Carrie se recusou a fazê-lo, dizendo que ainda há um trabalho importante a fazer nos próximos três anos, o restante de seu mandato atual de cinco anos.
'Após este incidente, acho que o trabalho nos próximos três anos será muito difícil... mas eu e minha equipe trabalharemos mais duro para reconquistar a confiança pública'.
Carrie se desculpou por mergulhar a cidade em um grande tumulto, dizendo que ouviu o povo 'alto e claro' e que tentará reconquistar a confiança.
Mas alguns organizadores de protestos e os democratas opositores disseram que a líder continua surda às exigências públicas, mais precisamente que ela afirme categoricamente o descarte do projeto de lei, que renuncie imediatamente e que prometa não processar nenhum manifestante com acusações de rebelião.
'Carrie Lam continua mentindo', disse Jimmy Sham, convocador do grupo Civil Human Rights Front. 'Esperamos que o povo de Hong Kong possa se unir a nós... para continuarmos trabalhando duro para retirar essa lei maléfica', disse ele a repórteres.
Escrito por Reuters
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