Líder jesuíta se opõe a fechamento de universidade por governo da Nicarágua
Publicada em
Por Philip Pullella
(Reuters) - O superior geral da ordem religiosa jesuíta mundial condenou o fechamento e confisco de bens de uma universidade na Nicarágua como parte de uma tentativa do governo de 'sufocar' a Igreja Católica e as instituições cívicas do país centro-americano.
Em carta enviada ao líder da ordem, o padre Arturo Sosa disse que as acusações do governo contra a prestigiosa universidade são 'totalmente falsas' e fazem parte de um programa governamental mais amplo de 'calúnia' contra os defensores da liberdade.
A carta foi enviada na noite de quinta-feira e vista pela Reuters.
Os Estados Unidos condenaram o confisco dos bens da Universidade Centro-Americana (UCA) como mais uma erosão da democracia.
A universidade disse que o governo tem a acusado de ser um 'centro de terrorismo organizado por grupos criminosos' e que um juiz da Nicarágua ordenou o confisco de todos os seus bens.
Sosa disse que se a Nicarágua tivesse um sistema de justiça imparcial, isso 'lançaria a verdade' sobre as ações do governo desde os protestos antigovernamentais de 2018, nos quais mais de 360 pessoas foram mortas.
A ação do governo contra a UCA e outras instituições católicas e organizações cívicas visa 'sufocá-las, fechá-las ou apropriá-las', disse Sosa.
A apreensão da UCA segue uma intensificação da repressão do presidente Daniel Ortega à Igreja Católica da Nicarágua, cujos líderes atuaram como mediadores após os protestos de 2018.
Autoridades do Vaticano veem a opressão sobre a Igreja na Nicarágua como uma das piores desde a Guerra Fria, quando muitos países comunistas da Europa Oriental perseguiram a Igreja.
Na carta, Sosa pediu o fim da 'agressão governamental' contra a UCA afirmando que a sua missão, como a de todas as universidades jesuítas, é defender a justiça, a verdade e o livre pensamento e oferecer uma educação aberta e democrática.
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO