Lula espera restabelecer conversa 'civilizada' com Congresso e diz que terá maioria
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Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira que pretende restabelecer uma conversa 'civilizada' com o Legislativo e afirmou ter certeza que conseguirá maioria favorável no Legislativo à aprovação de mudanças necessárias para o país.
'Queremos restabelecer a relação mais civilizada possível com o Congresso Nacional, nós temos que entender que o Congresso não é inimigo do governo e o governo não é inimigo do Congresso', disse Lula durante café da manhã com o Conselho Político da Coalizão, no Palácio do Planalto.
'Tenho certeza que vamos conquistar uma maioria ampla para fazermos as mudanças que precisamos nesse país', acrescentou Lula durante o encontro, que contou com dirigentes de 16 partidos e lideranças partidárias governistas que devem dar sustentação ao governo em votações no Congresso.
Entre as propostas que o governo Lula já anunciou que pretende aprovar no Congresso estão a reforma tributária e um novo arcabouço fiscal que está sendo elaborado pela equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O titular da Fazenda era um dos ministros presentes ao encontro.
Em sua fala, Lula disse que o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, tem a missão juntamente com os líderes governistas do Congresso de manter uma relação com os parlamentares 'muito harmônica e mais do que harmônica, muito sincera e muito verdadeira'.
Padilha disse que terá encontros semanais com parlamentares que devem ter como foco num primeiro momento a discussão e votação da reforma tributária.
Lula cobrou que o governo busque solucionar demandas dos deputados e senadores e já fez um chamamento geral para que eles acompanhem nas viagens para inauguração de obras a fim de 'acompanhar e participar da festividade no Estado'.
'Vamos viajar toda a semana para que a gente coloque a roda gigante da economia funcionar. A gente pode contribuir para fazer com que a economia brasileira não seja um desastre previsto pelo FMI na última avaliação deles', destacou.
No áudio da fala pública divulgado pela sua assessoria de imprensa, Lula não teceu comentários sobre a taxa de juros. Nos últimos dias ele tem feito duras críticas públicas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pela manutenção da Selic em 13,75%, e também à autonomia do BC.
GOLPE
No dia em que se completa um mês da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, Lula responsabilizou indiretamente o antecessor Jair Bolsonaro pelos atos violentos ocorridos no Palácio do Planalto e nos pédios do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional.
'Essas pessoas resolveram dar um passo adiante e resolveram fazer uma tentativa de golpe neste país e hoje não tenho dúvida de que isso foi arquitetado pelo responsável maior por toda pregação do ódio, indústria de mentiras. Não vem de agora, vem desde a eleição de 2018', acusou ele, sem citar nominalmente Bolsonaro.
Lula afirmou estar com muita fé que vai superar toda e qualquer dificuldade que se apresentou, ressaltando que não se pode esquecer quem governou o país até 31 de dezembro e a tentativa de golpe do dia 8 de janeiro.
Padilha exaltou a atuação da política para barrar o que chamou de tentativa de golpe no dia 8 de janeiro.
'A política estancou a tentativa de golpe que estava em curso no país', afirmou o ministro.
Escrito por Reuters
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