Lula publica vídeo caminhando em hospital e diz estar 'firme e forte' após cirurgia
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Por Laís Morais e Eduardo Simões
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou nesta sexta-feira sua conta no Instagram para publicar um vídeo em que aparece caminhando em um corredor do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e disse em um texto na mesma publicação que está 'firme e forte' depois de passar por uma cirurgia de emergência para drenar um hematoma no crânio nesta semana.
No vídeo, Lula, de 79 anos, aparece caminhando ao lado do médico Marcos Stavale, integrante da equipe médica que cuida da saúde do presidente. Ele caminha sem dificuldade, sorrindo e conversando, usando camiseta, calça esportiva e tênis. É possível ver um curativo no topo da cabeça do presidente e outro no braço, aparentemente para um acesso venoso. A primeira-dama Janja Lula da Silva também acompanha a caminhada de Lula no hospital.
No texto que acompanha o vídeo na publicação, Lula afirma ainda que 'em breve' estará 'pronto para voltar para casa e seguir trabalhando e cuidando de cada família brasileira'.
'Peço que fiquem tranquilos. Estou firme e forte! Andando pelos corredores com @marcos_stavale, o neurocirurgião responsável pelo meu procedimento, conversando bastante, me alimentando bem e, em breve, pronto para voltar para casa e seguir trabalhando e cuidando de cada família brasileira', escreveu Lula.
'2025 está chegando e temos muitos encontros pelo Brasil e pelo mundo. Obrigado pelo carinho de vocês e por toda a dedicação da equipe médica', acrescentou.
Mais cedo, em boletim médico, o Hospital Sírio-Libanês informou que Lula passou da terapia intensiva para cuidados semi-intensivos nesta sexta-feira, quarto dia de internação hospitalar após a cirurgia para drenagem do hematoma no crânio.
'O presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, sob cuidados semi-intensivos. Segue lúcido e orientado, alimentou-se normalmente e realizou caminhada pelos corredores', disse o boletim.
Lula passou na madrugada de terça-feira por uma cirurgia de emergência para drenagem de um hematoma no crânio, resultado de um acidente doméstico em outubro, quando levou um tombo no banheiro do Palácio da Alvorada e bateu a cabeça.
Na quinta-feira, o presidente foi submetido a um procedimento complementar à cirurgia para impedir que novos sangramentos surgissem no local. Segundo a equipe médica que cuida do presidente, após o procedimento, a chance de Lula ter um novo sangramento no crânio é 'estatisticamente desprezível'.
Lula foi transferido da unidade do Sírio-Libanês de Brasília para a São Paulo na noite de segunda-feira, depois de dar entrada no hospital na capital federal com dor de cabeça e de exames de imagem constatarem o hematoma entre o cérebro e a membrana meníngea.
REPOUSO RELATIVO
Em entrevista coletiva na quinta, a equipe médica responsável pela saúde de Lula afirmou que ele está neurologicamente e cognitivamente perfeito, sem qualquer sequela e apto para exercer quaisquer atividades.
A previsão é que Lula tenha alta hospitalar no início da próxima semana, mas o médico pessoal do presidente, Roberto Kalil Filho, alertou que alta hospitalar é diferente de alta médica e que a recomendação é que o presidente tenha 'repouso relativo' e retorne gradualmente ao trabalho após o fim da hospitalização.
A internação de Lula gerou preocupações para o governo, em um momento em que o Executivo tem uma agenda extensa de propostas legislativas que precisa aprovar no Congresso nas últimas semanas deste ano, entre elas a regulamentação da reforma tributária e o pacote de corte de gastos.
O mais recente episódio envolvendo a saúde de Lula, que enfrentou um câncer na laringe diagnosticado em 2011, também gerou incertezas sobre a sucessão presidencial de 2026, quando, aos 81 anos de idade, ele poderá tentar a reeleição e buscar um quarto mandato na Presidência. Lula também passou por uma cirurgia no quadril em 2023.
Na quinta-feira, em entrevista à CNN Brasil, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, afirmou que Lula será candidato em 2026.
(Reportagem adicional de Lisandra Paraguassu, em Brasília)
Escrito por Reuters
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