Maia defende decisão conjunta sobre prorrogação de auxílio emergencial e pede posição do governo
Publicada em
Atualizada em
Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta quinta-feira que uma prorrogação do auxílio emergencial de 600 reais seja discutida em conjunto com a equipe econômica do presidente Jair Bolsonaro e pediu que o governo se posicione oficialmente sobre o assunto.
Maia disse que há consenso entre parlamentares sobre a importância da renda e disse que qualquer discussão levará em conta a realidade fiscal do país.
'A gente sabe das dificuldades, a gente entende a preocupação do governo, e gostaria de ter uma posição oficial do governo', disse o presidente, questionado sobre a possibilidade de prorrogação do benefício no mesmo valor, mas dividido em duas parcelas de 300 reais.
'Sabemos que existe um custo', afirmou, defendendo que, por essa razão, uma proposta sobre o tema precisa ser construída 'de forma coletiva com a equipe econômica'.
'Defendo que o governo comece a fazer esse debate de forma oficial.'
Maia considerou, ainda, haver brecha para a discussão de um 'último' programa de refinanciamento de dívidas --o Refis-- dentro do debate da reforma tributária.
A reforma pode ter suas discussões retomadas, ainda que de maneira remota, nas próximas semanas, segundo o presidente da Câmara.
'Nós deveríamos aproveitar a crise, ela gera algumas oportunidades, para fazer uma discussão mais ampla, a partir de julho, primeiro de forma virtual e depois presencial, fazer uma grande discussão da reforma tributária e dentro dela discutir um último Refis', disse.
Para o presidente da Câmara, a sucessão de programas como o Refis constitui uma sinalização ruim porque 'as pessoas podem deixar de contribuir e lá na frente vai ter uma solução'.
'É claro que esse não é o caso de agora', lembrando dos impactos da crise do coronavírus e que é necessária uma solução para esse período.
'Acredito que dentro do debate da reforma tributária a gente tenha condição de dar uma solução para todos aqueles que ficaram sem condição de pagar seus impostos e ao mesmo tempo aprovar novo sistema tributário, com transição, claro.'
O deputado discorda, no entanto, que as conversas relacionadas à reforma tributária se estendam, por exemplo, a um programa permanente de renda mínima.
'Acho que um programa de renda mínima permanente tem de ser feito de forma separada', disse o presidente da Câmara, acrescentando que na próxima terça-feira a Casa deve promover um debate sobre o tema, além de discutir também a prorrogação do auxílio emergencial.
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO