'Maioria substancial' do Fed apoiou corte de 0,50 p.p. em setembro, mostra ata
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Por Howard Schneider
WASHINGTON (Reuters) - Uma 'maioria substancial' das autoridades do Federal Reserve na reunião de setembro apoiou o início da flexibilização da política monetária com um corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros, mas pareceu haver ainda mais concordância de que com o movimento inicial o Fed não estaria comprometido com nenhum ritmo específico de cortes no futuro, de acordo com a ata da reunião de dois dias divulgada nesta quarta-feira.
Os defensores do corte de 0,50 ponto percentual 'destacaram que essa recalibração da postura da política monetária começaria a alinhá-la melhor com os indicadores recentes da inflação e do mercado de trabalho', disse a ata da reunião de 17 e 18 de setembro, na qual o Fed reduziu a taxa básica de juros para uma faixa de 4,75% a 5,00%, do intervalo de 5,25%-5,50% que vinha mantendo desde julho de 2023.
Outros observaram que havia um 'argumento plausível' para cortar os juros na reunião de julho e que os dados desde então só reforçaram o caso de uma política monetária mais flexível.
'Alguns' participantes, no entanto, apoiaram apenas um corte de 0,25 ponto percentual , enquanto 'alguns outros indicaram que poderiam ter apoiado tal decisão'.
A ata forneceu mais detalhes sobre a amplitude de opiniões dentro do Federal Reserve depois que as autoridades aprovaram um corte na taxa de juros de um tamanho normalmente reservado para momentos em que o banco central está preocupado com a desaceleração rápida da economia e precisa do apoio de condições financeiras mais flexíveis.
Autoridades do Fed já se referiram ao corte inicial como uma 'recalibração' da política monetária para levar em conta o fato de que a inflação caiu drasticamente em relação aos altos níveis observados em 2022 e 2023 e, segundo algumas medidas, está próxima da meta de 2% do Fed, mesmo com a economia permanecendo relativamente forte.
'Foi importante comunicar', diz a ata, que a medida 'não deve ser interpretada como evidência de uma perspectiva econômica menos favorável'.
Ainda assim, a preocupação com o mercado de trabalho tem aumentado entre os formuladores de política monetária do Fed, com as autoridades observando os recentes aumentos na taxa de desemprego e as fracas leituras de emprego e inflação em julho e agosto.
As reduções dos juros podem continuar, disseram as autoridades do Fed na reunião, desde que a inflação continue a diminuir, com o ritmo e o ponto terminal ainda abertos a discussão.
Os próximos dados determinarão a evolução da política monetária, segundo a ata, observando que, se a economia se comportar conforme o esperado, 'provavelmente será apropriado adotar uma postura mais neutra da política monetária ao longo do tempo'.
A diretora Michelle Bowman se opôs ao corte de 0,50 ponto percentual, avaliando que um corte de 0,25 ponto percentual seria uma maneira melhor de começar a flexibilizar a política monetária. Foi a primeira discordância de um diretor desde 2005.
Nas novas projeções econômicas divulgadas após a reunião de setembro, todas as autoridades, com exceção de duas, previram pelo menos 75 pontos-base de cortes do Fed este ano.
A diferença para a economia entre começar a flexibilização com um corte de 50 ou de 25 pontos-base é vista como inconsequente por muitos formuladores de política monetária, mas a redução maior na esteira dos relatórios fracos de emprego de agosto e julho permitiu que o chair do Fed, Jerome Powell, destacasse em sua coletiva de imprensa após a reunião o início 'forte' da política de flexibilização do banco central e o compromisso de manter um mercado de trabalho saudável.
Dados mais recentes mostraram uma recuperação no crescimento do emprego e uma queda na taxa de desemprego. As revisões dos dados de meses anteriores também aumentaram a criação de vagas de trabalho de julho de 89.000 para 144.000, apagando uma leitura particularmente fraca que, segundo algumas autoridades do Fed, poderia ter levado a um corte na taxa de juros naquele mesmo mês, se fosse conhecido naquele momento.
Escrito por Reuters
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