Mais países suspendem operações com de Boeing 737 MAX após acidente na Etiópia
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Por Duncan Miriri e Jamie Freed
ADDIS ABABA/CINGAPURA/DUBLIN (Reuters) - Grã-Bretanha, Cingapura, Austrália, Malásia, Omã e Irlanda se juntaram nesta terça-feira a um grupo de nações que suspenderam o uso da aeronave 737 MAX da Boeing, e a identificação das 157 vítimas de um acidente na Etiópia se arrasta enquanto se espera que as caixas pretas revelem sua causa.
O desastre de domingo –ocorrido após outra queda fatal de um jato 737 MAX na Indonésia cinco meses atrás – causou alarme na indústria global da aviação e reduziu em bilhões de dólares o valor de mercado da maior fabricante de aviões do mundo.
Especialistas dizem ser cedo para especular sobre o motivo da queda e se os dois estão ligados. A maioria dos acidentes é causada por uma cadeia de fatores humanos e técnicos.
Dados os problemas de identificação no local carbonizado da queda, a Ethiopian Airlines disse que levará ao menos cinco dias para começar a entregar os restos mortais às famílias.
As vítimas são de mais de 30 países, incluindo quase duas dúzias de funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU).
'Somos muçulmanos e temos que enterrar nossos mortos imediatamente', disse à Reuters Noordin Mohamed, empresário queniano de 27 anos que perdeu o irmão e a mãe.
'Perder um irmão e a mãe no mesmo dia e não ter seus corpos para enterrar é muito doloroso', disse ele na capital do Quênia, Nairóbi, o destino do voo.
O voo ET 302 caiu pouco depois de decolar de Adis Abeba no domingo, criando um bola de fogo em uma cratera. Pode levar semanas ou meses para se identificar todas as vítimas, que incluem um autor premiado, um dirigente de futebol e uma equipe de agentes humanitários.
Os Estados Unidos disseram que é sendo seguro usar os aviões e a Boeing disse que não há necessidade de novas diretrizes para os operadores com base nas informações que colheu até agora.
A Ethiopian Airlines parou de operar seus quatro outros 737 MAX 8 por precaução, e autoridades aeroviárias de Cingapura, Austrália, Malásia e Omã seguiram o exemplo de China, Indonésia e outros países suspendendo temporariamente o uso do Boeing 737 MAX em chegadas e partidas de seus aeroportos.
Os gravadores das caixas pretas foram encontrados no local da queda na segunda-feira, mas não ficou claro onde serão analisados. O motivo do acidente será identificando rapidamente se as gravações estiverem intactas, mas uma investigação completa costuma demorar um ano.
A autoridade de aviação irlandesa suspendeu temporariamente a operação de todas as variantes das aeronaves MAX 737 do Boeing no espaço aéreo irlandês com efeito imediato após um acidente mortal na Etiópia, disse nesta terça-feira.
'A decisão da IAA foi tomada levando-se em conta a perda sem precedentes de dois Boeing 737 MAX nos últimos meses', afirmou o grupo em comunicado.
'Como atualmente não temos informações suficientes do gravador de dados do voo, temos como medida de precaução instruções para impedir qualquer voo comercial de passageiros no Boeing 737 MAX de qualquer operador que esteja chegando, partindo ou sobrevoando o espaço aéreo irlandês'.
(Reportagem adicional de Aradhana Aravindan; Katharine Houreld; Eric Johnson; James Pearson; Alexander Cornwell; Heekyong Yang; Tracy Rucinski; Tim Hepher; Graham Fahy)
Escrito por Thomson Reuters
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