May dirá a parlamentares que é preciso 'controlar os nervos' para o Brexit
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LONDRES (Reuters) - A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, dirá aos parlamentares britânicos que eles precisam controlar os nervos em relação ao Brexit para forçar a União Europeia a aceitar mudanças no acordo de separação que encaminhariam uma saída organizada.
O Reino Unido está prestes a sair da UE no dia 29 de março sem um acordo, a menos que May consiga convencer o bloco a alterar o pacto de desfiliação que ela negociou em novembro e depois induzir os céticos parlamentares britânicos a aprová-lo.
'As conversas estão em uma fase crucial', dirá May à Câmara dos Comuns do Parlamento nesta terça-feira, segundo comentários fornecidos pelo seu gabinete de Downing Street. 'Agora todos nós precisamos controlar os nervos para obter as mudanças que esta Câmara solicitou e concluir o Brexit no prazo.'
A maioria dos parlamentares britânicos rejeitou o acordo da premiê no mês passado, e o grande ponto de discórdia foi o 'backstop' irlandês – uma apólice de seguro para evitar a volta de uma fronteira dura entre a província britânica da Irlanda do Norte e a República da Irlanda.
Críticos dizem que a diretriz sujeitaria o Reino Unido às regras da UE por anos ou até indefinidamente depois de sair do bloco.
A UE diz que o backstop é vital para evitar a volta de controles de fronteira na Irlanda e se recusou a reabrir o acordo de separação, mas May insiste que consegue obter alterações legalmente vinculantes para substituir as partes mais polarizadoras do backstop.
'Conseguindo as mudanças que precisamos no backstop, protegendo e enfatizando os direitos dos trabalhadores e as proteções ambientais e enfatizando o papel do Parlamento na próxima fase de negociações, acredito que podemos chegar a um acordo que esta Câmara pode apoiar', dirá May.
Na segunda-feira o negociador do Brexit da UE, Michel Barnier, disse que o bloco concordaria em ajustar a declaração política sobre os laços pós-Brexit da UE com Londres, que forma parte do pacote, para refletir um plano para um relacionamento futuro mais estreito que poderia contornar a necessidade do polêmico backstop.
'Está claro do nosso lado que não reabriremos o acordo de saída, mas continuaremos nosso debate nos próximos dias', disse Barnier.
A líder da Câmara dos Comuns, Andrea Leadsom, disse que os parlamentares endossariam o pacto de May se houvesse garantias de que o backstop terá um prazo ou que o Reino Unido poderá abandoná-lo unilateralmente, insinuando que o acordo em si não precisa ser renegociado.
'A questão é ter certeza de que o Reino Unido não poderá ser mantido em um backstop permanentemente, não se deve ser purista para consegui-lo', disse ela à rádio BBC.
Escrito por Thomson Reuters
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