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Medidas de austeridade de Milei estão empurrando metade da Argentina para pobreza

Placeholder - loading - Lilian González, de 36 anos, prepara refeição com alimento que recebeu de cozinha solidária ao lado de seu filho Joaquín Mendieta, de 11 anos, e da filha, Dana Mendieta, em Vila Soldati, nos arredores
Lilian González, de 36 anos, prepara refeição com alimento que recebeu de cozinha solidária ao lado de seu filho Joaquín Mendieta, de 11 anos, e da filha, Dana Mendieta, em Vila Soldati, nos arredores

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BUENOS AIRES (Reuters) - Irma Casal, moradora de Buenos Aires de 53 anos, trabalha em três turnos como recicladora de lixo, coletora de papelão e pedreira, mas, como muitos argentinos em um momento de aumento da pobreza, ela ainda tem dificuldades para conseguir pagar as contas.

A Argentina publicará dados sobre a pobreza no país nesta quinta-feira que devem mostrar que a taxa subiu para mais de 50% da população nos primeiros seis meses do mandato do presidente Javier Milei, que tem adotado medidas duras de austeridade em uma tentativa de controlar a dívida do país.

'Desde que este governo chegou ao poder, os empregos desapareceram. Trabalhamos duas vezes mais por menos e temos que continuar', disse Casal, que tem 14 filhos e 42 netos, no subúrbio de baixa renda de Villa Fiorito, em Buenos Aires.

Os dados oficiais do período de janeiro a junho serão a primeira evidência concreta do aumento da pobreza desde que Milei assumiu o governo em dezembro. A taxa oficial de pobreza foi de 41,7% no segundo semestre de 2023.

Os cortes de gastos de Milei têm sido aplaudidos pelos mercados e investidores por ajudarem a corrigir as finanças do Estado após anos de déficits, mas têm empurrado o país para uma profunda recessão, embora haja sinais de que a economia possa ter já passado pelo pior.

O observatório da Universidade Católica da Argentina (UCA) estima que a taxa de pobreza subiu para 55,5% no primeiro trimestre do ano, antes de cair para 49,4% no segundo trimestre. Isso dá uma média de 52% para os primeiros seis meses.

Agustín Salvia, diretor do Observatório da UCA, disse que houve um impacto significativo no início do ano devido às políticas de Milei, citando o fechamento de refeitórios populares e a redução dos subsídios do governo. Entretanto, recentemente, houve sinais de melhora, acrescentou.

'Se você observar a história como um todo, verá que houve uma deterioração no primeiro trimestre. Desde então, essa situação começou a se amenizar', disse ele.

A Secretaria da Infância, Adolescência e Família disse à Reuters nesta semana que o governo havia ampliado dois programas de bem-estar, o Subsídio Universal para Crianças e um programa de Cartão Alimentação, que está ajudando a sustentar muitas famílias.

(Por Horacio Soria, Javier Corbalán e Lucila Sigal)

Escrito por Reuters

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