Mesa da Câmara cassa mandato do deputado Paulo Maluf
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BRASÍLIA (Reuters) - A Mesa Diretora da Câmara declarou nesta quarta-feira a perda do mandato do deputado Paulo Maluf (PP-SP), obedecendo decisão do Superior Tribunal Federal (STF), informou o corregedor da Casa, Evandro Gussi (PV-SP).
Ainda que de maneira constrangida --deputados e a defesa de Maluf consideravam que a perda do mandato deveria ser discutida em plenário, e não pela Mesa-- a decisão tomada nesta quarta-feira foi unânime, relatou o corregedor.
'A Mesa da Câmara dos Deputados se viu diante de um dilema salomônico. Por um lado, uma ofensa à separação dos Poderes e à autonomia do Parlamento em um caso que deveria ser levado ao plenário', disse Gussi a jornalistas após a decisão.
'Temos uma decisão do Supremo que recomenda e determina a declaração da perda do mandato pela Mesa. Por outro lado o descumprimento de uma decisão judicial também é uma ofensa à democracia, também é uma ofensa ao Estado de Direito.'
Maluf, que cumpre prisão domiciliar, foi condenado pelo STF a 7 anos, 9 meses e 10 dias de prisão, e também à perda do mandato parlamentar pelo crime de lavagem de dinheiro. Ele teria recebido recursos no exterior provenientes de propina por obras superfaturadas quando foi prefeito de São Paulo, entre 1993 e 1996, como as da então Avenida Água Espraiada.
Para o corregedor há um 'constrangimento institucional' com a decisão, uma vez que a Constituição 'é clara, evidente' ao determinar que o tema seja definido pelo plenário da Casa.
Em nota, a defesa de Maluf, que também foi governador de São Paulo, argumentou que a Mesa não poderia cassar o mandato do parlamentar, porque essa é uma tarefa 'exclusiva' do plenário.
Para a defesa, representada pelos advogados Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, e Marcelo Turbay, o Legislativo 'sai hoje menor desse episódio', e encontra-se 'acuado' por ter muitos de seus integrantes sob investigação.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)
Escrito por Thomson Reuters
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