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Meta é acusada de permitir publicações que agravaram conflito na Etiópia

Placeholder - loading - Logotipo da Meta Platforms 22/05/2022 REUTERS/Arnd Wiegmann
Logotipo da Meta Platforms 22/05/2022 REUTERS/Arnd Wiegmann

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Por Katie Paul e Ayenat Mersie

(Reuters) - A Meta Platforms está sendo acusada em um processo aberto no Quênia nesta quarta-feira de permitir que publicações violentas e com discurso de ódio no Facebook inflassem a guerra civil na Etiópia.

A ação, movida por dois pesquisadores etíopes e pelo grupo de direitos humanos do Instituto Katiba do Quênia, alega que os sistemas de recomendações do Facebook amplificaram publicações violentas na Etiópia, incluindo várias que precederam o assassinato do pai de um dos autores do processo.

'O Facebook não apenas permite que esse conteúdo esteja na plataforma, mas também o prioriza e ganha dinheiro com esse conteúdo. Por que eles podem fazer isso?', questionou Mercy Mutemi, a advogada que representa os dois pesquisadores etíopes, em entrevista coletiva em Nairóbi.

O processo também diz que a Meta falhou em exercer o cuidado razoável no treinamento de seus algoritmos para identificar publicações perigosas e na contratação de pessoal para verificar o conteúdo dos idiomas cobertos por seu centro de moderação regional em Nairóbi.

A porta-voz da Meta, Erin McPike, disse que o discurso de ódio e a incitação à violência são contra as regras do Facebook e do Instagram. “Investimos fortemente em equipes e tecnologia para nos ajudar a encontrar e remover esse conteúdo”, disse McPike.

O Conselho de Supervisão independente da Meta recomendou no ano passado uma revisão sobre como o Facebook e o Instagram têm sido usados para espalhar conteúdo que aumenta o risco de violência na Etiópia.

Os autores do processo pedem que a Justiça ordene que a empresa tome medidas de emergência para retirar conteúdo violento, aumentar a equipe de moderação em Nairóbi e criar fundos de restituição de cerca de 2 bilhões de dólares para vítimas globais de violência incitada no Facebook.

O pai de Abrham Meareg, um dos pesquisadores etíopes, enfrentou calúnias étnicas e ameaças de morte em publicações no Facebook em outubro de 2021 que revelaram onde ele morava, de acordo com o processo.

Abrham alega que denunciou os conteúdos no Facebook, mas a empresa não conseguiu removê-los imediatamente ou, em alguns casos, não os removeu.

O pai de Abrham foi assassinado em 3 de novembro de 2021, de acordo com o processo. Abrham disse à Reuters que considera a Meta 'diretamente responsável' pela morte de seu pai.

O caso ecoa as acusações que a Meta enfrentou sobre conteúdo em suas plataformas relacionadas à violência em outros lugares, incluindo Mianmar, Sri Lanka, Indonésia e Camboja. A empresa reconheceu ser 'muito lenta' para agir em Mianmar.

Milhares morreram e milhões foram deslocados no conflito etíope que eclodiu em 2020 entre o governo federal e as forças rebeldes da região norte de Tigray. Os dois lados concordaram em novembro com a cessação permanente das hostilidades.

Escrito por Reuters

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