Ministro das Relações Exteriores do Irã visitará Rússia antes de próxima negociação com EUA
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DUBAI (Reuters) - O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, visitará a aliada Rússia nesta semana para conversações antes de uma segunda rodada de negociações entre Irã e Estados Unidos, disse um porta-voz, durante um esforço diplomático para resolver a disputa nuclear de Teerã com o Ocidente.
Irã e EUA mantiveram conversações indiretas por meio de um mediador na semana passada em Omã e devem se reunir novamente esta semana em um diálogo sobre a escalada do programa nuclear de Teerã, com o presidente Donald Trump ameaçando uma ação militar se não houver acordo.
As potências ocidentais acusam Teerã de buscar armas nucleares, mas o Irã afirma que seu programa é apenas para fins civis.
A Rússia, para onde Araqchi viajará em uma visita pré-planejada, tem apoiado Teerã nas negociações nucleares com o Ocidente e foi signatária de um pacto de 2015 que Trump abandonou durante seu primeiro mandato.
Duas autoridades iranianas disseram à Reuters que achavam que a abordagem mais recente de Trump seguiria um padrão de ameaças seguidas de recuo, semelhante à forma como ele lidou com Groenlândia, Gaza e tarifas.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmaeil Baghaei, afirmou que Araqchi estará na Rússia antes das próximas negociações mediadas por Omã, que serão realizadas no sábado em um local ainda a ser divulgado.
Uma fonte iraniana próxima ao governo declarou à Reuters que os EUA querem Roma, enquanto o Irã prefere Genebra. As conversações permaneceriam indiretas, disse Baghaei, dada a abordagem 'dominadora' e ameaçadora dos EUA.
No sábado, cada delegação teve sua sala separada e trocou mensagens com o ministro das Relações Exteriores de Omã, disse Teerã.
Algumas autoridades iranianas acreditam que o histórico de negócios de Trump poderia torná-lo mais receptivo a um acordo se incluir incentivos econômicos, como uma possível compra de aviões fabricados nos EUA ou o desbloqueio da economia do Irã para os investidores norte-americanos.
(Reportagem de Parisa Hafezi e da Redação de Dubai)
Escrito por Reuters