Missouri acusa Planned Parenthood de “traficar” menores para praticar abortos
Publicada em
Por Brendan Pierson
(Reuters) - O procurador-geral do Estado norte-americano do Missouri processou nesta quinta-feira uma afiliada da entidade de direitos reprodutivos Planned Parenthood, acusando-a de ajudar menores de idade a viajar para o Kansas para serem submetidas a abortos, sem notificarem seus pais, o que seria uma violação da lei estadual.
O republicano Andrew Bailey cita no processo imagens publicadas pelo grupo conservador Project Veritas no ano passado, com o objetivo de mostrar como um funcionário da Planned Parenthood Great Plains oferece um aborto a uma jovem de 13 anos no Kansas. A lei do Missouri proíbe todos os tipos de aborto, assim como oferecer ajuda a um menor para abortar fora do Estado sem o consentimento dos pais.
O gabinete de Bailey chamou o processo de “o culminar de uma campanha de anos para expulsar a Planned Parenthood do Estado do Missouri'. Ele espera obter uma decisão favorável da corte do condado de Boone, proibindo que a instituição ajude menores de idade a abortar.
Um porta-voz da Planned Parenthood Great Plains afirmou que a organização não oferece transporte diretamente para suas pacientes. A presidente da entidade, Emily Wales, disse em comunicado que o processo “tem como base ‘evidências’ de atores fraudulentos e extremamente contrários ao aborto” e que o órgão “continuará seguindo as leis estadual e federal”.
“A Planned Parenthood pode tentar virar os holofotes para nós, mas eles foram pegos infringindo a lei”, afirmou por email um porta-voz da Project Veritas, que é conhecida por publicar vídeos de câmeras escondidas para mostrar supostas infrações de organizações de esquerda. Ela já foi acusada várias vezes de usar táticas enganosas.
O Missouri é um dos 20 Estados governados pelos republicanos que proibiram o aborto desde que a Suprema Corte dos EUA revogou, em 2022, a decisão do caso Roe contra Wade, que garantia o direito nacional à interrupção da gravidez.
No Kansas, o aborto permanece legal até a 22ª semana. Em agosto de 2022, os eleitores do Estado rejeitaram uma tentativa de remover tais proteções da Constituição estadual.
(Reportagem Brendan Pierson em Nova York)
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO