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Missouri acusa Planned Parenthood de “traficar” menores para praticar abortos

Placeholder - loading - Eleições primárias e referendo sobre aborto no Kansas 02/08/2022 REUTERS/Eric Cox
Eleições primárias e referendo sobre aborto no Kansas 02/08/2022 REUTERS/Eric Cox

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Por Brendan Pierson

(Reuters) - O procurador-geral do Estado norte-americano do Missouri processou nesta quinta-feira uma afiliada da entidade de direitos reprodutivos Planned Parenthood, acusando-a de ajudar menores de idade a viajar para o Kansas para serem submetidas a abortos, sem notificarem seus pais, o que seria uma violação da lei estadual.

O republicano Andrew Bailey cita no processo imagens publicadas pelo grupo conservador Project Veritas no ano passado, com o objetivo de mostrar como um funcionário da Planned Parenthood Great Plains oferece um aborto a uma jovem de 13 anos no Kansas. A lei do Missouri proíbe todos os tipos de aborto, assim como oferecer ajuda a um menor para abortar fora do Estado sem o consentimento dos pais.

O gabinete de Bailey chamou o processo de “o culminar de uma campanha de anos para expulsar a Planned Parenthood do Estado do Missouri'. Ele espera obter uma decisão favorável da corte do condado de Boone, proibindo que a instituição ajude menores de idade a abortar.

Um porta-voz da Planned Parenthood Great Plains afirmou que a organização não oferece transporte diretamente para suas pacientes. A presidente da entidade, Emily Wales, disse em comunicado que o processo “tem como base ‘evidências’ de atores fraudulentos e extremamente contrários ao aborto” e que o órgão “continuará seguindo as leis estadual e federal”.

“A Planned Parenthood pode tentar virar os holofotes para nós, mas eles foram pegos infringindo a lei”, afirmou por email um porta-voz da Project Veritas, que é conhecida por publicar vídeos de câmeras escondidas para mostrar supostas infrações de organizações de esquerda. Ela já foi acusada várias vezes de usar táticas enganosas.

O Missouri é um dos 20 Estados governados pelos republicanos que proibiram o aborto desde que a Suprema Corte dos EUA revogou, em 2022, a decisão do caso Roe contra Wade, que garantia o direito nacional à interrupção da gravidez.

No Kansas, o aborto permanece legal até a 22ª semana. Em agosto de 2022, os eleitores do Estado rejeitaram uma tentativa de remover tais proteções da Constituição estadual.

(Reportagem Brendan Pierson em Nova York)

Escrito por Reuters

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