Negociações de paz com governo da Colômbia estão em crise, dizem rebeldes do ELN
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BOGOTÁ (Reuters) - As negociações de paz entre o governo da Colômbia e os rebeldes do Exército de Libertação Nacional (ELN) estão em crise, disse o grupo guerrilheiro, enquanto o governo acusou os rebeldes de arrastarem o processo.
Os dois lados reiniciaram as negociações em 2022 como parte da tentativa do presidente Gustavo Petro de alcançar a 'paz total' entre o governo e vários grupos armados, cujo conflito de seis décadas matou pelo menos 450.000 pessoas.
O ELN disse que a participação do governo em discussões regionais com as comunidades da província de Nariño contrariava o acordo com o ELN de realizar um diálogo nacional com o apoio de órgãos como a Organização das Nações Unidas (ONU).
'Agora que essa farsa, disfarçada de diálogo regional, é pública, o processo entra em crise aberta e somos obrigados a chamar nossa delegação para consultas', afirmou o ELN em uma declaração publicada em seu site na noite de terça-feira.
O ELN disse que os diálogos de paz, que estão entre ciclos de negociação, serão 'congelados' até que o governo ajuste sua posição.
O governo tem cumprido todos os seus compromissos, disse sua equipe de negociação em um comunicado, e está conversando com as comunidades locais a pedido delas.
'As decisões tomadas unilateralmente pelo ELN são de sua total responsabilidade e geram uma crise desnecessária que prolonga o confronto armado e a violência que as comunidades sofrem, além de enfraquecer a confiança da sociedade na vontade (dos rebeldes) de paz', informou a delegação do governo em um comunicado nesta quarta-feira.
O ELN responderá com força a qualquer ruptura em um cessar-fogo recentemente estendido com o governo, disse o líder Antonio García à Reuters nesta semana.
O grupo, fundado em 1964 por padres católicos radicais, tem 5.800 membros, incluindo cerca de 3.000 combatentes, e concordou, após um ciclo anterior de conversas, em acabar com os sequestros para resgate.
(Por Julia Symmes Cobb e Luis Jaime Acosta)
Escrito por Reuters
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