Neil Young lançará série de materiais bootlegs oficiais
Entenda o que é “bootleg” e a jogada do artista
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O cantor canadense Neil Young está criando sua própria coleção de “bootlegs”. O plano é reunir os materiais mais famosos que foram usados nos discos, rastrear as masterizações originais e lançá-las pessoalmente em seu site, Neil Young Archives. Apesar de parecer uma manobra de combate a estas produções, Young garante que isso será feito como uma forma de trazer uma qualidade superior as gravações feitas pelos fãs.
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A atitude de Neil Young já foi feita por outra lenda do rock antes. Frank Zappa fez questão de levantar uma série chamada “Beat the Boots!”, onde ele também foi atrás dos bootlegs de seus shows para oficializar as gravações. O primeiro bootleg lançado comercialmente foi “The Great White Wonder”, de Bob Dylan, e foi gravado em estúdio com os músicos canadenses The Band. Datado de 1969, este, aparentemente, é o percursor da formulação musical do termo, mas ele vem de muito antes.
O conceito de “bootleg” foi criado muito antes de Bob Dylan. Datado do ano 1726, o termo foi usado pelo escritor Jonathan Swift no livro “As Viagens de Gulliver” (originalmente chamado de "Travels into Several Remote Nations of the World..."). No mundo “smuggling”, abordado na obra, os “smugglers”, que significa contrabandistas em inglês, escondiam suas mercadorias em baús, bolsas e canos de botas (“boots”), para não serem presos. Assim, a gíria “boot” passou a ser usada como adjetivo para descreve artigos que estão envolvidos em alguma atividade criminal.
Na música, o termo ganhou força para tipos de gravações com selos independentes, uma vez que não há o consentimento da gravadora e/ou do artista que é dono dos direitos autorais da produção. Em primeiro momento, os bootlegs eram feitos em vinil e fitas cassetes, hoje, o mercado é difundido em CDs e download digital gratuito da internet. Apesar do conceito “bootlegging” ser ligado ao ato de produzir, distribuir, ou vender bootlegs, não deve ser considerado uma forma de pirataria, tendo em vista que, enquanto essas produções vem com a premissa de que o material ainda não foi lançado no comércio, portanto, não está disponível para compra oficial, enquanto a pirataria é consistida em negócios de cópias ilegais usando materiais oficialmente disponíveis. Embora haja uma constante discussão sobre a legalidade das bootlegs, existe uma legislação de combate, tanto para este tipo de produto, quanto para pirataria.
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