Neoenergia quer atrair investidor para ativos de transmissão até junho de 2023
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SÃO PAULO (Reuters) - A Neoenergia tem a meta de fechar negócio com investidores financeiros para seu portfólio de transmissão de energia elétrica até o fim do primeiro semestre de 2023, vendendo fatia do negócio para fortalecer os ativos, disse nesta quarta-feira o CEO da elétrica, Eduardo Capelastegui.
Segundo ele, a empresa está avançando com o processo de atração de investidores estratégicos, essencialmente de perfil financeiro, para suas linhas de transmissão. A ideia é que a entrada de um ou mais parceiros ajude com os compromissos financeiros assumidos para a construção dos empreendimentos, acrescentou.
'Somente (buscamos) parceiro financeiro, não cogitamos colocar um parceiro industrial porque... o objetivo da operação não é vender o ativo, e sim trazer um investidor financeiro que precifique o ativo de forma adequada... e para que nos reforce a estrutura de balanço', disse Capelastegui, durante teleconferência para comentar os resultados trimestrais divulgados na véspera.
A Neoenergia tem nove projetos de transmissão de energia já operacionais e outros nove em construção.
A operação das linhas continuaria a cargo da Neoenergia, de modo que a empresa continuaria com uma participação de pelo menos 50% dos projetos, afirmou Capelastegui.
Mesmo que não consiga fechar negócio no prazo estipulado, até junho de 2023, a Neoenergia não deixará de avaliar e eventualmente participar do leilão de transmissão de energia do primeiro semestre do próximo ano.
'Não vou ser mais ou menos agressivo em junho (no leilão) porque eu venda ou não venda... A venda vai amortizar dívida, iremos ao leilão ou não em função do retorno e dentro de uma saúde financeira', acrescentando que a companhia continuará perseguindo rentabilidade de dois dígitos para esses projetos.
ROTAÇÃO DE ATIVOS
A Neoenergia tem ainda outros processos abertos para venda de ativos considerados não estratégicos, como sua participação na usina hidrelétrica de Belo Monte.
Segundo o CEO, esses processos estão 'avançando bem', mas ainda não há ofertas vinculantes.
A companhia elétrica, controlada pela espanhola Iberdrola, divulgou na véspera que encerrou o terceiro trimestre com um lucro líquido de 1,5 bilhão de reais, 17% acima do apurado entre julho e setembro do ano passado. O desempenho no Brasil ajudou a impulsionar os resultados de sua controladora no período.
(Por Letícia Fucuchima)
Escrito por Reuters
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