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No Barein, papa condena rearmamento que leva mundo ao 'precipício'

Placeholder - loading - Papa Francisco no Barein  4/11/2022   REUTERS/Yara Nardi
Papa Francisco no Barein 4/11/2022 REUTERS/Yara Nardi

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Por Philip Pullella

AWALI, Barein (Reuters) - O papa Francisco apelou nesta sexta-feira aos líderes religiosos para ajudar a trazer o mundo de volta da “beira de um precipício delicado” e manifestar oposição a uma nova corrida de rearmamento que ele disse estar redesenhando as esferas de influência da era da Guerra Fria.

Francisco discursou em seu primeiro dia completo no Barein ao encerrar um fórum sobre o diálogo Leste-Oeste promovido pelo rei do país do Golfo, onde os cristãos podem praticar sua fé publicamente nas igrejas.

A visita segue a política do papa de melhorar os laços com o mundo islâmico após uma visita histórica a Abu Dhabi em 2019, a primeira de qualquer papa à Península Arábica. Ele visitou cerca de 10 Estados predominantemente muçulmanos desde sua eleição em 2013.

Francisco, que sofre de um problema no joelho que o obriga a usar cadeira de rodas e bengala, teceu seu discurso em torno do papel das religiões na promoção da paz, desarmamento e justiça social.

'Depois de duas terríveis guerras mundiais, uma guerra fria que por décadas manteve o mundo em suspense, conflitos catastróficos ocorrendo em todas as partes do globo e em meio a acusações, ameaças e condenações, continuamos à beira de um precipício delicado e não queremos cair', disse ele em um reluzente pátio de mármore do palácio real.

Aparentemente referindo-se à Ucrânia, Francisco condenou uma situação em que 'alguns potentados são apanhados em uma luta resoluta por interesses partidários, revivendo a retórica obsoleta, redesenhando esferas de influência e blocos opostos'.

Francisco, que apoia a proibição total de armas nucleares e muitas vezes condenou o comércio global de armas, disse que os líderes religiosos não podem apoiar guerras, em aparente referência ao patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Kirill, que apoiou entusiasticamente a invasão da Ucrânia pela Rússia e que o papa já havia criticado implicitamente antes.

(Reportagem de Philip Pullella)

Escrito por Reuters

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