Novo chefe ambiental da UE promete não enfraquecer ambições climáticas
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Por Kate Abnett
BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia não irá diluir seus esforços para combater as mudanças climáticas, mas precisa se comunicar melhor com os setores preocupados com o custo das políticas de redução de CO2, disse o novo chefe de política verde da Comissão Europeia nesta terça-feira.
A UE tem enfrentado resistência às políticas ambientais neste ano por parte de alguns países membros e parlamentares da UE nos últimos meses. A Polônia está processando Bruxelas por conta de políticas climáticas que, segundo Varsóvia, agravariam a desigualdade social, enquanto parlamentares de centro-direita da UE têm encampado uma campanha para acabar com uma lei europeia para proteger a natureza.
'Não vamos diluir a nossa ambição', disse o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Maros Sefcovic, numa entrevista coletiva nesta terça-feira em Bruxelas.
'O que acredito é que precisamos melhorar a nossa comunicação e sermos capazes de chegar mais rápido, mais cedo e ser mais precisos nas nossas reações a algumas das preocupações naturais que existem em alguns setores.'
Sefcovic sugeriu que a UE poderia organizar negociações entre empresas de energia limpa e setores da indústria que precisam de volumes crescentes de energia de baixo carbono. Um esforço como esse poderia ligar produtores de aço e cimento a empresas que planejam produzir hidrogênio com baixo teor de carbono, combustível no qual indústrias de combustíveis pesados apostam para reduzir as emissões de CO2.
Bruxelas também deve avaliar como facilitar o acesso ao financiamento às empresas de tecnologia limpa, disse Sefcovic, que dirige outros esquemas da UE com indústrias de desenvolvimento de cadeias de abastecimento de baterias e comprar gás em conjunto.
A enorme pressão dos Estados Unidos para subsidiar energias limpas suscitou preocupações de que os investidores pudessem fugir da Europa e destacou as queixas de alguns setores de que o processo de acesso aos subsídios ambientais da UE é muitas vezes longo e complexo.
Uma carta datada de terça-feira do grupo industrial Hydrogen Europe endereçada a Sefcovic vista pela Reuters insta o alto funcionário da UE a abordar essas preocupações.
'Muitas empresas europeias do setor da tecnologia limpa e especialmente do setor do hidrogênio já salientaram que estão muito atraídas pelas medidas dos EUA', dizia a carta.
Sefcovic assumiu a coordenação das políticas climáticas e ambientais da UE na semana passada, quando o seu antecessor, Frans Timmermans, deixou o cargo para concorrer às eleições holandesas.
A mudança de guarda ocorre em meio a um verão europeu de incêndios florestais recordes e calor mortal – que Sefcovic classificou como 'sinais sinistros' dos piores impactos que se seguirão se caso os países não consigam enfrentar as alterações climáticas.
(Reportagem de Kate Abnett)
Escrito por Reuters