Novo estudo compara prós e contras da cesariana e do parto normal
O mais importante, dizem os especialistas, é que a paciente se mantenha informada na hora de escolher o tipo que deseja.
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A cesariana planejada pode ser a opção mais segura para mulheres que já fizeram cesariana no passado, de acordo com uma nova pesquisa da PLoS Medicine. A tentativa de um parto normal foi associada a uma chance pequena, porém maior, de complicações para mãe e bebê. As descobertas vêm da análise de mais de 74 mil nascimentos na Escócia.
Especialistas dizem que as futuras mamães devem ter a opção de dar à luz da forma que desejarem (e que for melhor para elas) sempre que possível. As cesarianas são quando um bebê é entregue fazendo um corte cirúrgico no abdômen e no útero.
Eles podem ser:
- Eletiva ou planejada - a pedido da mãe ou por razões médicas, como quando o bebê está na posição errada ou muito grande.
- Emergência - geralmente devido a complicações durante o parto
Mais de um em cada quatro nascimentos no Reino Unido é por cesariana. Metade deles é planejada ou eletiva e metade é de emergência.
Mas, afinal, o que é mais seguro? A pesquisa realizada na Escócia comparou os riscos de uma cesariana planejada ou eletiva com o parto normal (em mulheres que tiveram cesariana no passado) e descobriu:
45.579 mulheres deram à luz por cesariana planejada e 28.464 tentaram parto normal; 28,4% das pessoas que tentaram um parto normal tiveram uma cesariana de emergência; a tentativa de parto normal foi associada a um risco aumentado de a mãe ter problemas sérios de nascimento e pós-parto, em comparação com a cesariana; 1,8% das pessoas que tentaram um parto normal e 0,8% das que tiveram uma cesariana planejada tiveram sérias complicações maternas, como ruptura do útero, sangramento ou infecção; complicações para o bebê ocorreram em 8% das gestações com tentativa de parto normal e em 6,4% das cesarianas planejadas.
De acordo com o Royal College of Obstetricians and Gynecologists, na maioria dos casos, é possível oferecer às mulheres a opção de escolher com segurança, pois os riscos associados serão baixos.
Geralmente, após uma cesariana, cerca de três em cada quatro mulheres que entram em trabalho de parto dão à luz naturalmente por via vaginal, enquanto uma em cada quatro acaba precisando de uma cesariana de emergência. E uma cesariana de emergência tem mais riscos do que a planejada, dos quais as mulheres precisam ser conscientizadas.
Prós e contras
A recuperação de uma cesariana pode levar mais tempo e existe o risco de infecção e sangramento na operação. Mais tecido cicatricial ocorre em cada cesariana, o que aumenta a chance da placenta crescer na cicatriz durante futuras gestações e causar complicações.
Também existem pequenos riscos para o bebê com cesariana, que incluem dificuldades respiratórias temporárias e corte acidental (o que ocorre em torno de dois em cada 100 bebês, mas geralmente não causa maiores danos).
Um parto normal pode significar uma estadia mais curta no hospital, uma recuperação mais rápida e um retorno às atividades diárias e evitar os riscos de uma operação. Mas às vezes pode levar a uma ruptura do períneo - a pele entre a vagina e o ânus.
Mas, para mulheres que tiveram cesariana anterior, um parto vaginal pode sobrecarregar a cicatriz de cesariana, que pode se separar ou romper. Isso acontece com cerca de uma em cada 200 mulheres. Além disso, o risco grave para o bebê, como lesão cerebral ou natimorto, é maior no parto normal do que em uma cesariana planejada.
Por isso, um parto normal não é aconselhável se uma mulher teve três ou mais cesarianas anteriores, dizem as orientações.
Pat O'Brien, consultor obstetra e porta-voz do Royal College of Obstetricians and Gynecologists, disse que a nova pesquisa fornece dados úteis para informar mulheres e médicos quando discutem e tomam decisões sobre planos de parto.
"Uma conversa detalhada da paciente e seu obstetra deve ocorrer para que ela possa fazer uma escolha informada sobre a maneira mais segura de planejar o parto e ser apoiada por uma equipe de especialistas".
As informações são da BBC News.
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