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Novo presidente da Intel investiu em centenas de empresas chinesas, algumas com laços militares

Placeholder - loading - Lip-Bu Tan, presidente da Intel, em foto de arquivo Divulgação: Intel
Lip-Bu Tan, presidente da Intel, em foto de arquivo Divulgação: Intel
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Por Eduardo Baptista e Stephen Nellis e Max A. Cherney

PEQUIM/SÃO FRANCISCO (Reuters) - Lip-Bu Tan, o homem escolhido para liderar a Intel, investiu em centenas de empresas chinesas de tecnologia, incluindo pelo menos oito com vínculos com o Exército de Libertação Popular (PLA, da sigla em inglês), de acordo com uma análise de registros corporativos chineses e norte-americanos feita pela Reuters.

No mês passado, a nomeação de Tan - que é um dos investidores mais antigos do Vale do Silício em empresas de chinesas de tecnologia - como presidente-executivo da Intel, levantou dúvidas sobre a extensão de seu envolvimento com negócios na China.

A análise da Reuters constatou que Tan controla mais de 40 empresas e fundos chineses, além de participações minoritárias em mais de 600 empresas de investimento que ele administra ou possui. Em muitos casos, ele compartilha a propriedade de participações minoritárias com entidades governamentais chinesas.

Vários investidores entrevistados pela Reuters expressaram preocupação com o fato de que os investimentos de Tan poderiam complicar a tarefa de revitalização da Intel. Juntamente com a TSMC e a Samsung, a Intel é uma das três empresas do mundo que produzem os chips mais avançados, e a única com sede nos EUA.

'O Sr. Tan não está qualificado para atuar como diretor de qualquer empresa que concorra com a China, muito menos de uma com ramificações de segurança nacional como a Intel e suas tremendas conexões herdadas com todas as áreas da inteligência e do ecossistema de defesa dos Estados Unidos', disse Andrew King, sócio da empresa de capital de risco Bastille Ventures. King disse que nem ele nem seu fundo têm investimentos na Intel.

Outros, como Stacey Rasgon, analista da Bernstein, consideram a experiência de Tan com startups na China competência essencial para reviver o ícone norte-americano em declínio.

Tan fez seus investimentos por meio da Walden International, a empresa de capital de risco de San Francisco que ele fundou em 1987, bem como por meio de duas holdings sediadas em Hong Kong: Sakarya Limited e Seine Limited. Tan era o único proprietário da Sakarya em 31 de outubro, de acordo com documentos disponibilizados à Bolsa de Valores de Xangai, e controla a Seine por meio da Walden, de acordo com os bancos de dados corporativos chineses, que são atualizados diariamente. Tan continua sendo o presidente da Walden International.

A Intel se recusou a comentar sobre os investimentos de Tan na China. Um porta-voz disse que Tan disse que 'lidamos com todos os possíveis conflitos de forma adequada e fornecemos informações conforme exigido pelas regras da SEC'.

A Walden não retornou um pedido de comentário. Uma fonte familiarizada com o assunto disse à Reuters que Tan havia se desfeito de suas posições em entidades na China, sem fornecer mais detalhes. Os bancos de dados chineses analisados pela Reuters listam muitos de seus investimentos como atuais, e a Reuters não conseguiu estabelecer a extensão de seus desinvestimentos.

Não é ilegal que cidadãos norte-americanos detenham participações em empresas chinesas, mesmo aquelas com vínculos com os militares chineses, a menos que essas empresas tenham sido incluídas na Lista de Empresas do Complexo Militar-Industrial Chinês do Tesouro dos EUA, que proíbe explicitamente tais investimentos.

A Reuters não encontrou nenhuma evidência de que Tan esteja atualmente investindo diretamente em qualquer empresa listada pelo Tesouro dos EUA.

A Lista de Entidades do Departamento de Comércio proíbe as empresas norte-americanas de exportar tecnologias controladas, mas não proíbe investimentos nelas. O Pentágono proíbe que empresas ligadas às forças armadas chinesas participem da cadeia de suprimentos militares dos EUA.

A Intel tem um contrato de US$3 bilhões para fabricar chips para o Departamento de Defesa dos EUA e participa de dois outros esforços do Pentágono que se concentram no desenvolvimento de chips de última geração.

O Departamento de Defesa não comentou sobre os investimentos de Tan.

Procurada, a embaixada da China em Washington não comentou o assunto, mas o porta-voz Liu Pengyu disse: 'Gostaríamos de reiterar nossa firme oposição ao fato dos EUA generalizarem o conceito de segurança nacional, distorcerem e difamarem a política de desenvolvimento da integração civil-militar da China e prejudicarem a cooperação econômica e comercial normal entre a China e os EUA'.

TEIA DE INVESTIMENTOS

Tan investiu pelo menos US$200 milhões em centenas de empresas chinesas de fabricação avançada e de chips entre março de 2012 e dezembro de 2024, inclusive em empreiteiras e fornecedores para o Exército de Libertação Popular, de acordo com uma análise de bancos de dados corporativos chineses com referências cruzadas com listas de empresas dos EUA e de analistas com conexões com os militares chineses.

A Reuters identificou 20 fundos de investimento e empresas em que a Walden é atualmente coproprietária, juntamente com fundos do governo chinês ou empresas estatais, de acordo com os registros corporativos chineses. Os fundos governamentais são, em sua maioria, de governos municipais de centros tecnológicos chineses como Hangzhou, Hefei e Wuxi.

A Walden também investiu em seis empresas chinesas de tecnologia ao lado do principal fornecedor do exército chinês, a Corporação Eletrônica da China (CEP, da sigla em inglês), que foi sancionada pelo presidente Trump em 2020 como parte de um decreto que proibiu a compra ou o investimento em 'empresas militares chinesas'. A CEC não respondeu a um pedido de comentário da Reuters.

'Neste clima político, (laços com a China) seria algo que a liderança empresarial responsável em uma empresa como a Intel teria pelo menos uma conversa séria sobre como tentar administrar', disse Stephen Diamond, professor da faculdade de direito de Santa Clara. 'Obviamente, o assunto é politicamente sensível e a diretoria certamente gostaria de saber a respeito.'

A Reuters solicitou comentários de 11 dos 14 membros do conselho de administração da Intel, que não responderam.

Alguns dos investimentos da Walden foram destacados em um relatório publicado pelo Comitê Seleto da Câmara dos EUA sobre o Partido Comunista Chinês em fevereiro de 2024, que descobriu que a empresa fez pelo menos seis outros investimentos totalizando US$161 milhões em empresas com ligações com os militares chineses entre 2001 e 2022.

Como um dos primeiros investidores de risco do Vale do Silício a investir na China, Lip-Bu Tan foi um benfeitor e mentor muito procurado no cenário tecnológico em expansão do início dos anos 2000.

Tan foi um investidor inicial na Corporação Internacional de Fabricação de Semicondutores (SMIC, da sigla em inglês), hoje a maior produtora de chips da China, que agora está sob sanções do governo dos EUA devido a seus laços estreitos com os militares chineses. O executivo investiu pela primeira vez na SMIC em 2001, um ano após sua fundação, e atuou em seu conselho até 2018. O relatório final do comitê da Câmara dos Deputados dos EUA disse que a Walden saiu da SMIC em janeiro de 2021. A SMIC não respondeu a um pedido de comentário da Reuters.

O registro mais recente de um desinvestimento por Tan de uma entidade chinesa que a Reuters pôde identificar ocorreu em janeiro, quando um fundo Walden saiu da Empresa de Equipamentos Micro Eletrônicos Ningbo Lub All-Semi, que fornece chips para empresas militares e institutos de pesquisa chineses, de acordo com dados corporativos da China. A All-Semi não respondeu a um pedido de comentário.

(Reportagem de Max Cherney e Stephen Nellis em San Francisco e Eduardo Baptista em Pequim)

((Tradução Redação São Paulo))

REUTERS DO AAJ

Escrito por Reuters

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