Novo tratamento dá esperança de cura a câncer de mama severo
Combinação de quimioterapia e imunoterapia foi capaz de tratar câncer de mama triplo-negativo.
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Em muitos casos, o câncer de mama é considerado uma doença curável - desde que seja diagnosticado precocemente e tratado com a combinação adequada de cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou medicamentos específicos. Mas o câncer de mama triplo-negativo tem sido uma exceção.
Mulheres diagnosticadas com esse tipo de câncer de mama, que compõem 15 a 20 por cento dos pacientes, muitas vezes tentam vários tipos de quimioterapia, e o tumor sempre cresce novamente.
Mas em uma apresentação na Sociedade Europeia de Oncologia Medial em Munique, cientistas relataram que a combinação de quimioterapia com um medicamento de imunoterapia ajudou a diminuir o risco de progressão da doença e de morte em 20 por cento em comparação com mulheres tratadas apenas com quimioterapia. A pesquisa foi realizada em 900 mulheres com câncer de mama metastático triplo-negativo que foram aleatoriamente designados para receber a terapia combinada ou apenas quimioterapia.
"É muito emocionante, porque agora a imunoterapia está chegando à população de câncer de mama triplo-negativo", diz a Dra. Sylvia Adams, diretora de pesquisa clínica de câncer de mama do Perlmutter Cancer Center da NYU e co-autora do estudo. “Nós vemos mulheres com respostas duradouras sem qualquer evidência de câncer em seus exames anos depois. Isso é verdadeiramente uma vitória”, comemorou.
Os resultados são especialmente encorajadores, uma vez que se aplicam a mulheres que são tratadas com a combinação de imunoterapia e quimioterapia como seu primeiro tratamento, antes de serem submetidas à terapia padrão de ciclagem através de drogas quimioterápicas.
Até agora, o uso de agentes de imunoterapia isoladamente no tratamento do câncer de mama de qualquer tipo não foi bem-sucedido. "Sempre houve uma questão de saber se havia mesmo um papel para a imunoterapia no câncer de mama", diz o Dr. Jennifer Litton, do MD Anderson Cancer Center, que não esteve envolvido no estudo, mas faz pesquisas de outras combinações de quimioterapia e imunoterapia. Pesquisadores acreditam que isso ocorre porque as células do câncer de mama tendem a não ter muitas mutações, e os cânceres com um número maior de mutações, como câncer de pulmão e câncer de pele, são melhores em atrair células do sistema imunológico para atacá-las.
Em 2014, Adams descobriu que mesmo em mulheres com câncer de mama triplo-negativo havia evidências de que algumas células imunológicas estavam tentando atacar o câncer muito cedo na doença, e as mulheres que apresentaram mais dessas respostas imunológicas no início tendiam a sobreviver mais do que aqueles que não o fizeram. "Isso nos deu a idéia de que, se você puder aproveitar essa resposta imunológica, você pode realmente fazer um grande progresso contra esse tipo de câncer", diz ela. O problema era que a resposta imune diminuía com o tempo.
Mais estudos mostraram que a quimioterapia certa poderia ajudar a ativar o sistema imunológico. E pesquisadores como Adams começaram a procurar combinar formas especializadas de quimioterapia com drogas imunoterápicas. A quimioterapia ativa as células do sistema imunológico, e as drogas de imunoterapia aumentam a atividade imunológica contra os tumores, levando a uma poderosa estratégia de combate ao câncer.
Schmid e Adams descobriram que algumas mulheres no estudo tiveram uma resposta ainda maior à terapia combinada. Essas mulheres tinham células cancerígenas que carregavam uma proteína, conhecida como PDL1, que é especificamente alvo da droga de imunoterapia.
Adams está esperançoso de que outras drogas de imunoterapia possam ser desenvolvidas e que sejam mais efetivas na ativação do sistema imunológico especificamente contra as células do câncer de mama. "Espero que esses resultados realmente revigorem o campo e tragam novas pesquisas para ajudar os pacientes", diz.
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