OMS condena 'nacionalismo da vacina' em mais recente esforço contra estoques de países
Publicada em
Atualizada em
GENEBRA/MANILA (Reuters) - Países que acumulam possíveis vacinas contra a Covid-19 enquanto excluem outras nações irão aprofundar a pandemia, disse o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, nesta terça-feira, lançando um novo apelo para que governos se juntem a um pacto global de vacinas.
A OMS tem prazo até 31 de agosto para que as nações mais ricas se juntem ao Covax, um esquema projetado para garantir acesso rápido e equitativo globalmente às vacinas contra a Covid-19. Tedros afirmou ter enviado uma carta aos 194 Estados-membros da OMS pedindo a participação.
A agência global de saúde também levantou preocupações de que a disseminação da pandemia está sendo impulsionada atualmente por pessoas mais jovens, muitas das quais sem saber que estão infectadas, o que representa um perigo para grupos vulneráveis.
A pressão de Tedros para que as nações se juntem ao Covax ocorre no momento em que União Europeia, Reino Unido, Suíça e Estados Unidos fazem acordos com empresas que testam vacinas em potencial. A Rússia e a China também estão trabalhando em vacinas, e a OMS teme que interesses nacionais possam impedir os esforços globais.
'Precisamos prevenir o nacionalismo da vacina', disse Tedros em uma coletiva de imprensa virtual. 'Compartilhar suprimentos finitos de forma estratégica e global é, na verdade, de interesse nacional de cada país.'
A Comissão Europeia incentivou que os Estados da UE contornem a iniciativa liderada pela OMS, citando preocupações com custo e velocidade.
O Brasil também já firmou acordos individuais para obter possíveis vacinas. O Ministério da Saúde assinou acordo com o laboratório britânico AstraZeneca para obter a possível vacina desenvolvida pela empresa com a Universidade de Oxford, enquanto o governo de São Paulo assinou parceria com a chinesa Sinovac Biotech.
Mais de 21,9 milhões de pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus em todo o mundo e 772.647 morreram, de acordo com uma contagem da Reuters.
(Reportagem de Ed Davies, Karen Lema, Neil Jerome Morales, Stephanie Nebehay, Michael Shields e John Miller)
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO