ONU diz que ativista francês sofreu ameaças por cooperar com organização
Publicada em
GENEBRA (Reuters) - A ativista francesa de direitos humanos Assa Traoré, irmã de uma vítima de brutalidade policial, sofreu ameaças depois de cooperar com um comitê da Organização das Nações Unidas que trabalha com discriminação racial, de acordo com um relatório da ONU publicado nesta terça-feira.
O irmão de Traoré, Adama, morreu sob custódia policial em 2016, o que provocou protestos nas ruas e pedidos para pressionar o que grupos de direitos humanos dizem ser a questão da brutalidade e do racismo dentro da força policial francesa. O processo contra os policiais envolvidos foi arquivado no início deste mês.
O relatório do secretário-geral da ONU, António Guterres, sobre intimidação e represálias contra aqueles que cooperam com a ONU disse que o Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial levou as ameaças dirigidas contra Assa Traoré ao governo francês.
É raro que países ocidentais sejam listados no relatório, que em sua última edição cobriu casos de intimidação contra indivíduos que cooperaram com a ONU em 41 países.
O comitê questionou a França sobre 'alegações de mensagens difamatórias e ameaças online, inclusive de contas de dois sindicatos da polícia, contra a sra. Assa Traoré, após sua cooperação com o comitê', diz o relatório.
O relatório também pede à França que garanta sua segurança e investigue o caso.
Em uma resposta à carta do comitê, o embaixador da França na ONU em Genebra, Jérôme Bonnafont, disse que o país tomou nota da situação e reafirmou a liberdade do comitê de interagir com ativistas de direitos.
'As autoridades francesas reiteram sua total determinação em prevenir e responder a todas as formas de intimidação e represálias contra qualquer pessoa que tenha cooperado com os mecanismos das Nações Unidas', disse Bonnafont em uma carta datada de 12 de janeiro de 2023.
A missão diplomática francesa em Genebra não fez comentários adicionais de imediato.
(Reportagem de Gabrielle Tétrault-Farber e Juliette Jabkhiro)
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO