ONU diz que mais de 200 ex-militares e oficiais afegãos foram mortos desde tomada do Taliban
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(Reuters) - Mais de 200 ex-militares, agentes da lei e do governo do Afeganistão foram mortos desde que o Taliban assumiu o poder, disse a missão da ONU no Afeganistão nesta terça-feira, a despeito de uma “anistia geral” para velhos inimigos.
A missão disse num relatório que registrou pelo menos 218 execuções extrajudiciais ligadas ao grupo desde a tomada do país em meados de 2021 até junho.
“Na maioria dos casos, os indivíduos foram detidos pelas forças de segurança de fato, muitas vezes brevemente, antes de serem mortos”, afirmou a Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA, na sigla em inglês).
A UNAMA disse que cerca de metade dos assassinatos ocorreram nos quatro meses após a tomada de poder, durante a retirada das forças estrangeiras apoiadas pelos Estados Unidos, em agosto de 2021, e 70 foram registrados em 2022.
“A aparente impunidade com que os membros das autoridades de fato continuam a cometer violações dos direitos humanos contra antigos funcionários do governo e membros da ANDSF é motivo de séria preocupação”, disse a UNAMA, referindo-se às antigas Forças Nacionais de Defesa e Segurança Afegãs.
No total, a missão registrou 800 incidentes de violações dos direitos humanos relacionados aos Taliban contra antigos funcionários governamentais e militares, incluindo prisões arbitrárias, desaparecimentos e tortura.
O Ministério das Relações Exteriores liderado pelo Taliban disse que seu líder espiritual supremo emitiu uma ordem de anistia e outra ordem contra a tortura ou maus-tratos de pessoas sob custódia.
Negou execuções extrajudiciais sancionadas pelo Estado ou que visaram pessoas que lutaram ou trabalharam para o antigo governo apoiado por estrangeiros.
“Nenhum pessoal militar da administração anterior foi preso, detido ou torturado por causa de suas atividades nas instituições de segurança”, afirmou num comunicado divulgado pela ONU com o seu relatório.
(Por Charlotte Greenfield; reportagem adicional de Emma Farge)
Escrito por Reuters
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