ONU pede que Taliban reverta veto a trabalhadoras humanitárias no Afeganistão
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CABUL (Reuters) - Uma autoridade graduada da ONU pediu ao governo afegão do Taliban que reverta a proibição contra mulheres trabalhadoras humanitárias que instituições de caridade temem que agrave as dificuldades do inverno.
No sábado, o governo ordenou que todas as organizações não governamentais (ONGs) locais e estrangeiras não permitam o trabalho de mulheres até novo aviso. Disse que a medida, que foi condenada globalmente, se justificava porque algumas mulheres não aderiram à interpretação do Taliban sobre o código de vestimenta islâmico para mulheres.
'Milhões de afegãos precisam de assistência humanitária e a remoção de barreiras é vital', disse a Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (Unama) no comunicado, acrescentando que seu chefe interino e coordenador humanitário, Ramiz Alakbarov, se reuniu com o ministro da Economia, Mohammad Hanif.
As diretrizes proibindo mulheres de trabalhar em ONGs vieram do ministério de Hanif. As ordens não se aplicam diretamente à ONU, mas muitos de seus programas são executados por ONGs sujeitas à determinação.
Quatro grandes ONGs globais, cujos esforços humanitários têm alcançado milhões de afegãos, já anunciaram a suspensão de suas operações no domingo. Outras ONGs menores também anunciaram suspensões, incluindo a Islamic Relief Worldwide, sediada no Reino Unido.
As ONGs disseram que são incapazes de executar seus programas sem uma equipe feminina. Mais da metade da população depende de ajuda humanitária, segundo agências humanitárias. A ajuda básica torna-se mais importante durante o rigoroso inverno da nação montanhosa.
Dois porta-vozes do governo taliban não responderam às perguntas da Reuters sobre a suspensão de programas humanitários.
As ONGs também são uma fonte importante de emprego para dezenas de milhares de afegãos, especialmente mulheres. A economia local entrou em colapso após a retirada das forças estrangeiras lideradas pelos Estados Unidos e a subsequente tomada do poder pelo Taliban no ano passado.
(Reportagem de Charlotte Greenfield e Redação de Cabul)
Escrito por Reuters
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