Órgão de direitos humanos da Europa diz estar preocupado com Turquia após prisão de prefeito
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Por Huseyin Hayatsever e Mert Ozkan
ANTÁLIA, Turquia (Reuters) - O chefe do Conselho da Europa, principal órgão de vigilância dos direitos humanos do continente, disse à Reuters que está preocupado com quaisquer violações de direitos na Turquia após a prisão do principal rival político do presidente Tayyip Erdogan e centenas de prisões que se seguiram a protestos em massa.
O secretário-geral Alain Berset afirmou que o problema do retrocesso democrático deve ser abordado como um fenômeno global, acrescentando que o Conselho não tinha nenhuma posição específica sobre as investigações em andamento a respeito de várias figuras da oposição turca.
O prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, foi preso no mês passado enquanto aguarda julgamento por acusações de corrupção, uma medida que desencadeou os maiores protestos em mais de uma década, com estudantes, partidos de oposição e outros chamando-a de politizada e antidemocrática. O Partido Republicano do Povo (CHP), principal partido de oposição, escolheu Imamoglu no mês passado como seu futuro candidato à Presidência.
As manifestações em todo o país, que diminuíram nas últimas duas semanas, foram em sua maioria pacíficas, mas cerca de 2.000 pessoas foram detidas e muitas foram presas enquanto aguardam julgamento.
Em uma entrevista no sábado, paralelamente ao Fórum Diplomático de Antália, no sul da Turquia, Berset disse que está em contato com as autoridades turcas e com as autoridades da oposição para enfatizar os princípios dos valores democráticos.
'Quero registrar aqui a importância de respeitar todos os elementos da Convenção Europeia de Direitos Humanos, inclusive a liberdade de reunião e a liberdade de expressão', declarou ele.
A Turquia é um membro fundador do Conselho, um grupo pan-europeu que tem como objetivo defender os direitos humanos, a democracia e o estado de direito nos Estados membros desde sua formação após a Segunda Guerra Mundial.
O CHP, bem como grupos de direitos humanos e algumas potências ocidentais, afirmaram que o processo contra o prefeito é um esforço para usar o judiciário para minar os rivais eleitorais de Erdogan -- acusações que o governo nega.
Escrito por Reuters