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Palestinos esperam que visita de Blinken possa proporcionar trégua em Gaza antes de eventual ataque a Rafah

Placeholder - loading - Palestinos aguardam por comida em Rafah  5/2/2024   REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
Palestinos aguardam por comida em Rafah 5/2/2024 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa

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Por Nidal al-Mughrabi

(Reuters) - Os palestinos amontoados sob bombardeio em Gaza disseram nesta segunda-feira que esperam que uma visita do secretário de Estado dos EUA à região finalmente alcance uma trégua, a tempo de evitar uma nova ameaça de ataque israelense ao último refúgio nos limites do enclave.

Antony Blinken estava no ar rumo ao Oriente Médio para sua primeira viagem desde que Washington intermediou uma oferta com a contribuição israelense para o primeiro cessar-fogo prolongado da guerra.

A oferta, entregue ao Hamas na semana passada por mediadores do Catar e do Egito, ainda aguarda uma resposta dos militantes, que dizem querer mais garantias de que a oferta porá fim à guerra de quatro meses na Faixa de Gaza.

A pressão diplomática dos EUA ocorre em um momento em que Washington também está tentando evitar uma nova escalada em outras partes da região, após dois dias de ataques aéreos dos EUA contra grupos armados pró-iranianos em todo o Oriente Médio.

Enquanto isso, Israel prosseguiu com sua ofensiva em alguns dos combates mais intensos da guerra e ameaçou um novo ataque terrestre a Rafah, uma pequena cidade onde mais da metade da população de Gaza está agora encurralada contra a fronteira sul do enclave com o Egito, dormindo principalmente em tendas improvisadas.

A proposta de cessar-fogo, descrita por fontes próximas às negociações, prevê uma trégua de pelo menos 40 dias, enquanto os militantes libertariam os reféns restantes entre os 253 que capturaram no ataque mortal a Israel em 7 de outubro, que provocou a guerra.

A trégua permitiria a entrada de ajuda para aliviar a crise humanitária de Gaza e permitiria que habitantes de Gaza retornassem às casas abandonadas durante a guerra que devastou grande parte do enclave. A única trégua anterior durou apenas uma semana.

'Queremos que a guerra termine e queremos voltar para casa, isso é tudo o que queremos neste momento', disse Yamen Hamad, 35 anos, pai de quatro filhos, contatado por um aplicativo de mensagens em uma escola da ONU em Deir al-Balah, no centro de Gaza. A área é uma das poucas onde os tanques israelenses ainda não avançaram e agora está lotada com dezenas de milhares de famílias deslocadas.

'Tudo o que fazemos é ouvir as notícias por meio de pequenos rádios e acessar a Internet em busca de esperança. Esperamos que Blinken diga a Netanyahu (primeiro-ministro israelense) que já basta, e esperamos que nossas facções decidam pelo melhor interesse de nosso povo.'

COMBATES

Em uma das maiores batalhas da guerra, tanques israelenses têm avançado nas últimas duas semanas em Khan Younis, a principal cidade do sul, que já abrigava centenas de milhares de pessoas que fugiram de outras áreas. Os combates também recrudesceram na Cidade de Gaza, no norte da Faixa, em áreas que Israel alegou ter dominado nos dois primeiros meses da guerra.

O Exército israelense afirmou nesta segunda-feira que suas forças mataram dezenas de combatentes palestinos em combate em áreas no norte, centro e sul de Gaza nas últimas 24 horas.

Os palestinos descreveram combates pesados na Cidade de Gaza, especialmente nas áreas ocidentais próximas à costa do Mediterrâneo, que foram bombardeadas por navios de guerra israelenses.

Autoridades de saúde palestinas disseram ter recuperado os corpos de 14 pessoas mortas em um ataque a Khan Younis durante a noite. Nos últimos dias, eles têm dito repetidamente que as equipes de resgate não conseguem chegar a muitos dos mortos e feridos na cidade.

Autoridades de Gaza afirmam que mais de 27.000 palestinos foram confirmados como mortos por ataques israelenses, com milhares de outros mortos que se teme não terem sido encontrados nos escombros. Israel diz ter matado 10.000 homens armados e perdido 226 soldados nos combates em Gaza, depois que 1.200 pessoas foram mortas nos ataques do Hamas em 7 de outubro.

(Reportagem de Nidal al-Mughrabi em Doha, com reportagem adicional de Dan Williams em Jerusalém)

Escrito por Reuters

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