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Pandemia tirou renda da classe média e aumentou desigualdade no Brasil, mostra FGV

Placeholder - loading - Homem faz teste de Covid-19 em Porto Alegre 20/01/2022 REUTERS/Diego Vara
Homem faz teste de Covid-19 em Porto Alegre 20/01/2022 REUTERS/Diego Vara

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Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - A desigualdade de renda no Brasil aumentou no Brasil durante a pandemia, mesmo com o pagamento do auxílio emergencial, por causa da perda de renda da classe média, mostra o estudo Mapa da Riqueza, preparado pela Fundação Getúlio Vargas.

Com base em dados do Imposto de Renda, os pesquisadores Marcelo Neri e Marcos Hecksher mostram que a desigualdade de renda no país é maior do que a calculada com os dados de renda do IBGE, coletados nas Pesquisas por Amostra de Domicílio (Pnad). Usando os dados da Pnad e do IR, o índice de gini - que mede a desigualdade de renda - chega a 0,7068 em 2020, contra 0,7066, bem acima dos 0,6013 calculado apenas com a Pnad, quando mostrava uma queda ante 0,6117 do ano anterior.

'Se a fotografia da distribuição de renda é péssima, o filme da pandemia também é. Neri e Hecksher (2023) mostram que, mesmo com o Auxílio Emergencial que preservou a renda dos mais pobres, a desigualdade não caiu em 2020, como se acreditava. Isso porque o ganho da classe média tupiniquim teve desempenho muito pior que o dos mais ricos', aponta o estudo. 'As perdas dos mais ricos (dos 1%+ foi -1,5%) foram menos da metade das da classe média tupiniquim (-4,2%), a grande perdedora da pandemia.'

O Mapa da Riqueza mostra, ainda, que o Distrito Federal continua sendo a unidade da federação com maior renda per capita do país - 3.148 reais - e patrimônio declarado - 94.684 reais -, enquanto Maranhão, com respectivamente 409 reais e 6.329, se mantém como o mais pobre.

Os dados do estudo mostram, no entanto, que uma grande parte da população não chega nem mesmo a alcançar renda suficiente para declarar o imposto de renda. Em 24 das 27 unidades da federação e 16 das capitais brasileiras, 80% ou mais da população não fez a declaração, mostrando que tem renda menor do que 2 mil reais.

Ao mesmo tempo, o estudo mostra bolsões de riqueza pelo país. No Distrito Federal, os moradores do bairro Lago Sul tem renda média próxima dos 40 mil reais, e o patrimônio em torno de 1,4 milhão de reais - maior do que a renda de qualquer município brasileiro.

Entre os 20 municípios mais ricos do país com população acima de 50 mil habitantes, todos são nas regiões Sul e Sudeste - Nova Lima (MG), com renda média de 8.897 está em primeiro lugar - enquanto os 10 mais pobres, também com população acima de 50 mil pessoas, ficam nas regiões Norte e Nordeste. Brejo da Madre de Deus (PE) tem a menor renda per capita, 659 reais.

Escrito por Reuters

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