Papa diz que conservadores da Igreja exploraram morte do papa emérito Bento 16

Por Philip Pullella

A BORDO DO AVIÃO PAPAL (Reuters) - O papa Francisco disse que alguns membros da ala conservadora da Igreja Católica Romana exploraram a morte do papa emérito Bento 16 de maneira antiética para obter ganhos próprios.

Falando a repórteres a bordo do avião que voltava de uma viagem à África no domingo, Francisco também rejeitou as alegações de alguns conservadores de que Bento 16, que morreu em 31 de agosto, estava amargurado com algumas das atuais decisões do papa.

'Acho que a morte de Bento 16 foi instrumentalizada por algumas pessoas', disse ele, usando a frase italiana 'guiar a água para o próprio moinho', significando pessoas que querem se beneficiar às custas dos outros.

'Essas pessoas não têm ética. São pessoas de um partido, não da Igreja', afirmou ele, em uma conversa que incluiu a condenação de uma lei que criminaliza pessoas LGBTQ, e os planos de viagem do pontíficie.

Francisco usou uma expressão espanhola 'Cuento Chino', que significa contos de fadas, para descrever as alegações de alguns conservadores de que Bento ficou triste com algumas das decisões de Francisco depois que Bento renunciou em 2013.

O papa disse que consultou Bento com frequência nos quase 10 anos entre sua renúncia em 2013 e sua morte.

Francisco não citou nenhum dos conservadores a que se referia.

Imediatamente após o funeral de Bento 16 em 5 de janeiro, o secretário de longa data do falecido papa emérito, arcebispo Georg Ganswein, publicou um livro sobre o que ele disse serem tensões enquanto dois homens vestidos de branco viviam no Vaticano.

O cardeal Gerhard Mueller, um conservador aliado de Bento 16 que tem criticado Francisco, também escreveu um livro em janeiro.