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Parlamento da Coreia do Sul rejeita declaração de lei marcial do presidente

Placeholder - loading - Soldados avançam para edifício principal da Assembleia Nacional depois que presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial em Seul 03/12/2024 Yonhap via REUTERS
Soldados avançam para edifício principal da Assembleia Nacional depois que presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial em Seul 03/12/2024 Yonhap via REUTERS

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Por Jack Kim e Ju-min Park

SEUL (Reuters) - O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial na noite desta terça-feira (horário local), criando o mais sério desafio à democracia sul-coreana desde a década de 1980, mas os parlamentares rejeitaram a medida em uma votação e manifestantes se reuniram do lado de fora do Parlamento.

A declaração de Yoon, que ele disse ter como alvo seus adversários políticos, teve a oposição do presidente do Parlamento e até mesmo do líder do próprio partido de Yoon, Han Dong-hoon, que entrou em conflito com o presidente por causa da forma como lidou com escândalos recentes.

De acordo com a legislação sul-coreana, o presidente precisa suspender imediatamente a lei marcial se o Parlamento exigir isso por maioria de votos.

Imagens ao vivo de televisão mostraram tropas com capacetes, aparentemente encarregadas de impor a lei marcial, tentando entrar no prédio da Assembleia, e assessores parlamentares foram vistos tentando empurrar os soldados para trás, borrifando extintores de incêndio.

Yoon disse em um discurso televisionado que os partidos de oposição haviam tomado o processo parlamentar como refém. Ele prometeu erradicar 'as desavergonhadas forças antiestatais pró-Coreia do Norte' e disse que não tinha escolha a não ser tomar a medida para salvaguardar a ordem constitucional.

'Essa declaração é ilegal e constitui um ato criminoso, violando diretamente a Constituição e outras leis', disse o Partido Democrático, de oposição, em resposta.

'É essencialmente um golpe de Estado', disse.

Pouco depois de Yoon fazer seu anúncio ao vivo na TV, as pessoas começaram a se reunir do lado de fora do prédio do Parlamento, algumas delas gritando: 'Retirem a lei marcial de emergência!'

'Prendam Yoon Suk Yeol', gritavam outros.

O manifestante Im Jin-soo, de 66 anos, disse que pediu aos filhos que ficassem em casa por preocupação com a segurança deles, mas veio protestar do lado de fora do Parlamento depois de ver as notícias.

'Estou com muita raiva', disse ele. 'Saí para proteger a democracia. Durante os ditadores, não podíamos nos levantar, mas agora podemos.'

Depois do pronunciamento de Yoon, os militares disseram que as atividades do Parlamento e dos partidos políticos seriam proibidas, e que a mídia e publicações estariam sob o controle do comando da lei marcial.

Yoon não citou nenhuma ameaça específica da Coreia do Norte, que tem armas nucleares, concentrando-se em seus oponentes políticos internos. É a primeira vez desde 1980 que a lei marcial é declarada na Coreia do Sul.

A Coreia do Sul teve uma série de líderes autoritários no início de sua história, mas tem sido considerada democrática desde a década de 1980.

A moeda sul-coreana, o won, teve uma queda acentuada em relação ao dólar. Uma autoridade do banco central disse que estava preparando medidas para estabilizar o mercado, se necessário. O Ministro das Finanças, Choi Sang-mok, convocou uma reunião de emergência entre as principais autoridades econômicas, informou seu porta-voz em uma mensagem de texto.

O vice-secretário de Estado dos EUA, Kurt Campbell, disse que os Estados Unidos estavam observando os acontecimentos na Coreia do Sul com 'grande preocupação' e esperavam que quaisquer disputas políticas fossem resolvidas pacificamente e de acordo com o estado de direito.

Ele enfatizou que a aliança dos EUA com a Coreia do Sul era 'sólida', acrescentando: 'Apoiamos a Coreia em seu momento de incerteza'.

Cerca de 28.500 soldados norte-americanos estão estacionados na Coreia do Sul para ajudarem na proteção do país contra a Coreia do Norte. Um porta-voz do comando militar dos EUA não respondeu a várias ligações telefônicas.

(Reportagem de Jack Kim, Ju-min Park, Hyunsu Yim e Josh Smith)

Escrito por Reuters

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