Pence repreende UE e rechaça pedido de Merkel para trabalhar com a Rússia
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Por Robin Emmott e Paul Carrel
MUNIQUE(Reuters) - O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, repreendeu as potências europeias em relação ao Irã e à Venezuela, em um novo ataque contra aliados tradicionais de Washington, rejeitando o pedido da chanceler alemã de incluir a Rússia nas tentativas de cooperações globais.
Em discursos e conversas privadas na Conferência de Segurança de Munique, neste sábado, Pence e a chanceler alemã Angela Merkel expuseram visões conflitantes sobre como o Ocidente deveria lidar com as crises mundiais.
'Os Estados Unidos estão mais fortes do que nunca e, mais uma vez, lideram no cenário mundial', disse Pence a oficiais europeus e asiáticos, listando o que ele descreve como sucessos da política externa americana, do Afeganistão à Coreia do Norte, e pedindo apoio dos aliados.
'America primeiro não significa America sozinha', disse, exaltando os resultados da presidência de Donald Trump, e pedindo que a UE siga os EUA deixando o acordo nuclear com o Irã e reconhecendo o chefe do Congresso venezuelano, Juan Guaidó, como o presidente do país.
Falando a uma audiência que incluía a filha de Trump, Ivanka, o discurso de Pence foi uma tentativa do governo Trump de inserir a venda 'America First'.
Líderes europeus têm rejeitado a retórica de Trump, que consideram errática e disruptiva, citando que sua decisão de sair do acordo nuclear de 2015 com o Irã debilitou um acordo de controle de armas que impedia Teerã de ter uma bomba nuclear.
Mas Pence -que semana passada acusou Reino Unido, Alemanha e França de debilitar as sanções americanas contra o Irã - repetiu a exigência para que potências europeias se retirem do acordo.
'Chegou a hora de nossos parceiros europeus saírem do desastroso acordo nuclear com o Irã', disse e, posteriormente, pressionou Merkel sobre o assunto em conversas bilaterais.
Ele também reiterou para Merkel a oposição de Washington a um gasoduto construído por Rússia e a Alemanha por baixo do Mar Báltico. 'Não podemos fortalecer o Ocidente sendo dependentes do Oriente', disse Pence.
Merkel, que defendeu os laços com a Rússia, disse não ser razoável presumir que a Rússia seja uma fornecedora de energia não confiável.
Ela questionou a decisão dos EUA de sair do acordo nuclear do Irã e retirar tropas da Síria como a melhor maneira de lidar com Teerã na região.
Segundo ela, seria errado excluir a Rússia politicamente, mas Pence disse que Washington estava 'responsabilizando a Rússia' pela anexação de parte da Ucrânia em 2014 e pelo que o Ocidente considera ser um esforço para desestabilizá-lo por meio de ataques cibernéticos, desinformação e operações secretas.
'Geoestrategicamente, a Europa não pode ter o interesse de cortar todas as relações com a Rússia', disse Merkel.
Pence, que usou sua viagem à Europa para avançar a política de Trump de favorecer estados soberanos em vez de alianças ou blocos, atacou a UE em relação à crise política da Venezuela.
'Pedimos que a União Europeia avance na direção da liberdade e reconheça Juan Guaidó como o único presidente legítimo da Venezuela', disse, chamando o presidente Nicolás Maduro de um ditador que precisa renunciar.
Pence também aumentou a pressão dos EUA sobre empresas de telecomunicação chinesas, como a Huawei, pedindo que aliados evitem essas firmas e dizendo que a lei chinesa exige que elas deem a Pequim acesso a redes e informações.
O principal diplomata chinês Yang Jiechi rechaçou os comentários de Pence. 'A lei chinesa não exige que empresas instalem portas dos fundos para coletar inteligência', disse.
Escrito por Thomson Reuters
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