Perfil da CBF em rede social sofre ataques racistas
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RIO DE JANEIRO (Reuters) - O perfil da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no Instagram sofreu ataques racistas nesta semana tendo como alvos jogadores, torcedores e dirigentes após a derrota do Brasil para a Argentina Maracanã, informou nesta sexta-feira a entidade, que já está tomando providências para identificar os agressores.
Alguns dos ataques comparavam jogadores brasileiros e torcedores a macacos, segundo a CBF. As ofensas alcançaram também o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, primeiro presidente negro da história da confederação.
'Desde os oito anos de idade convivo com a pesada mão do racismo, tanto sobre mim quanto sobre a minha família. Meu compromisso em transformar o futebol brasileiro em um lugar sadio não será cerceado', disse o dirigente em nota. “Não vou me afastar jamais dos meus compromissos e não serei intimidado por criminosos, racistas, xenófobos e corruptos que transitam pelas sombras'.
O perfil da CBF no Instagram tem mais de 17 milhões de seguidores. A rede social foi comunicada dos ataques racistas, bem como a Conmebol e a Fifa. O departamento jurídico da entidade foi acionado para tomar uma série de medidas, incluindo comunicar as autoridades policiais 'visando a identificação e punição dos autores desses ataques, pois se tratam de crimes capitulados na legislação brasileira, inclusive punidos com pena de prisão”.
A CBF lançou este ano uma campanha contra o racismo e vem reforçando que não será tolerante ou negligente com o tema. Diversos jogadores brasileiros têm sofrido agressões racistas recentemente, mais notadamente o atacante Vinícius Jr., do Real Madrid, que lidera uma luta internacional contra o racismo no futebol.
Na quinta-feira, o atacante brasileiro Rodrygo disse ter recebido mensagens racistas em suas contas de redes sociais após uma discussão com o capitão da seleção argentina, Lionel Messi, antes do jogo das seleções pelas eliminatórias para a Copa do Mundo, na terça-feira.
A derrota do Brasil por 1 x 0 para a Argentina no Rio de Janeiro -- a terceira derrota consecutiva da seleção pentacampeã mundial -- foi marcada por um episódio de violência na arquibancada. Confrontos entre a polícia e torcedores visitantes no estádio do Maracanã fizeram com que a partida fosse atrasada por meia hora.
Messi, que acusou a polícia local de brutalidade, foi visto interagindo com o capitão brasileiro Marquinhos e trocando palavras acaloradas com Rodrygo, que disse ter recebido muitas mensagens com emojis de macacos e bananas nas redes sociais depois do jogo.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)
Escrito por Reuters
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