Perspectiva incerta e dados orientarão decisões do Fed sobre juros, diz Williams
Publicada em
Por Michael S. Derby
NOVA YORK (Reuters) - O presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams, disse nesta quinta-feira que o banco central norte-americano tem feito progressos consideráveis na redução da inflação, ponderando que a perspectiva incerta significa que o Fed deve analisar dados futuros para definir sua política monetária.
Williams não falou explicitamente sobre sua perspectiva para os juros, dizendo apenas, ao comentar a mais recente reunião do banco central, que 'as projeções econômicas que emitimos naquela ocasião indicam que, se a economia avançar conforme o esperado, fará sentido reduzir a restrição da política gradualmente ao longo do tempo, a partir deste ano'.
Mas ele acrescentou que 'as perspectivas futuras são incertas e precisaremos continuar dependentes dos dados', acrescentando que 'continuarei concentrado nos dados, nas perspectivas econômicas e nos riscos enquanto avaliamos o caminho apropriado para a política monetária a fim de atingir nossos objetivos da melhor forma possível.'
Os comentários de Williams foram extraídos do texto de um discurso preparado para ser proferido antes do simpósio de membros do Federal Home Loan Bank de Nova York.
Em seus comentários, Williams disse que o Fed fez 'progressos consideráveis' na redução dos altos níveis de inflação, apontando que o banco central continua concentrado em fazer com que as pressões sobre os preços voltem a sua meta de 2%.
O presidente do Fed de Nova York falou um dia após a divulgação de dados sobre a inflação do consumidor em março, que foram inesperadamente fortes, o que lançou mais dúvidas sobre a previsão atual do Fed de cortes nos juros em algum momento deste ano.
Os dados desfavoráveis surgem em um momento em que outros relatórios também apontaram para uma inflação mais robusta neste ano, o que desafia as projeções mais recentes do Fed, que previam três cortes de juros neste ano.
Williams disse esperar que a inflação diminua para algo entre 2,25% e 2,5% neste ano, antes de cair de volta para a meta de 2% no ano que vem, advertindo que 'provavelmente haverá solavancos ao longo do caminho, como vimos em algumas leituras recentes da inflação.'
Ele disse que espera que a economia cresça 2% neste ano e que a taxa de desemprego aumente modestamente para 4%, antes de diminuir novamente no próximo ano.
Williams ainda indicou que espera um certo abrandamento na inflação dos aluguéis e que os imóveis comerciais são um ponto de preocupação, observando que levará tempo para resolver os problemas nesse setor.
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO