Pesquisadores descobrem relação entre bebidas dietéticas e o AVC
O risco seria ainda maior para mulheres mais velhas.
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Bebidas dietéticas podem parecer opções mais saudáveis do que refrigerantes açucarados e bebidas à base de frutas, mas estudos não reforçaram seus benefícios para a saúde.
No mais recente estudo sobre esse tipo de bebida, os pesquisadores descobriram que as mulheres mais velhas que mais as consumia tinham um risco maior de acidente vascular cerebral e doenças cardíacas, bem como um maior risco de morrer cedo por qualquer causa.
Em um estudo publicado na revista Stroke, os pesquisadores analisaram dados de mais de 81 mil mulheres após a menopausa. Três anos depois, as mulheres responderam a perguntas sobre quantas bebidas dietéticas - incluindo refrigerantes de baixa caloria e bebidas de frutas com adoçantes artificiais - consumiram nos últimos três meses.
Após um acompanhamento médio de quase 12 anos, os cientistas descobriram que as mulheres que bebiam duas ou mais bebidas adoçadas artificialmente por dia tinham um risco 23% maior de sofrer qualquer tipo de derrame e 31% de risco de derrame devido à coagulação nos vasos sanguíneos do cérebro, em comparação com as mulheres que relataram beber menos de uma bebida por semana ou nenhuma.
Esse risco aumentado é particularmente preocupante, uma vez que a maioria desses acidentes vasculares cerebrais ocorreram em vasos sanguíneos menores no cérebro, diz Yasmin Mossavar-Rahmani, professor associado de epidemiologia clínica e saúde da população da Faculdade de Medicina Albert Einstein, nos Estados Unidos, que liderou o estudo. Pesquisas anteriores sugerem que ter acidentes vasculares cerebrais repetidos nesses vasos menores é um fator de risco para demência. "Essas descobertas mostram que não devemos presumir que bebidas dietéticas são inofensivas quando você as consome em níveis altos", diz ela.
Embora os resultados não sugiram que as bebidas dietéticas causem derrames cerebrais, a associação alerta sobre como os adoçantes artificiais podem estar afetando o corpo. Esses adoçantes ainda não foram estudados o suficiente para fornecer respostas definitivas, mas o trabalho em animais sugere que compostos como sacarina e aspartame podem comprometer a capacidade do organismo de quebrar a glicose adequadamente, e o controle deficiente da glicose pode levar ao diabetes, um fator de risco para o coração, doenças e problemas circulatórios, como acidente vascular cerebral. Os adoçantes artificiais podem estar alterando as bactérias que vivem no intestino, o que pode prejudicar a capacidade do organismo de controlar a glicose.
A pesquisadora diz que mais estudos precisam ser feitos para desmembrar quais adoçantes artificiais podem estar mais ou menos associados ao derrame, e acompanhar mais de perto por quanto tempo as pessoas consomem bebidas dietéticas antes que o risco aumente. "Essas descobertas devem nos dar uma pausa para mais estudos", diz ela.
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