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Petrobras prevê queda de até 14% do preço do gás a distribuidoras em 2024

Placeholder - loading - Tanques de combustíveis da Petrobras  1/07/2017 REUTERS/Paulo Whitaker
Tanques de combustíveis da Petrobras 1/07/2017 REUTERS/Paulo Whitaker

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Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras prevê uma redução do preço do gás vendido a distribuidoras de até 14% a partir de janeiro de 2024, após concluir a celebração de novos contratos de longo prazo com oito companhias considerando a entrada em operação de projetos que ampliarão a oferta do insumo nos próximos anos, disse a companhia em nota à Reuters.

A redução de preços, segundo a Petrobras, será possível diante da celebração até agora de 13 contratos sob novas condições, com oito empresas, somando 14 milhões de metros cúbicos de gás por dia, vigentes a partir de 2024, com um valor total que supera 100 bilhões de reais.

'A Petrobras atende seus clientes com um portfólio integrado de gás nacional e gás importado, e as novas ofertas comporão esse portfólio no período dos contratos firmados', disse a empresa, pontuando que o corte de preços para cada distribuidora dependerá do portfólio de aquisição realizado.

Dentre os acordos firmados, a petroleira anunciou em julho acerto com a Comgás, que possui concessão para distribuição de gás no Estado de São Paulo, de aproximadamente 56 bilhões de reais. Outros contratos também foram fechados com empresas como Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGÁS), Copergás, Necta, Compagas, dentre outras.

Os novos contratos seguiram novos modelos criados pela Petrobras, com mais flexibilidade aos clientes, com necessidades distintas, e diferentes prazos contratuais, atendendo a pedidos da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás).

A petroleira também trouxe a opção de dois tipos de indexadores para formação dos preços: além do tradicional percentual do Brent -- tipo de petróleo usado como referência na bolsa de Londres --, os preços de comercialização também podem ser baseados no índice Henry Hub, associado ao gás comercializado nos EUA.

A perspectiva de queda de preços, segundo a Petrobras, se soma a uma redução acumulada de aproximadamente 25% (sendo 29% na parcela da molécula) no preço do gás vendido pela Petrobras às distribuidoras em 2023, em virtude de reajustes trimestrais que repassam ao preço as variações do valor de petróleo Brent e câmbio.

O Brent, embora tenha engatado uma trajetória de alta desde julho, sendo negociado acima de 90 dólares o barril, está abaixo patamar de mais de 100 dólares visto em boa parte do ano passado. No caso do câmbio, o dólar não fecha acima de 5 reais desde junho de 2023, após ter visto picos de 5,71 reais em janeiro de 2022, a partir de quando passou a rondar patamares mais baixos.

A previsão da petroleira vem em meio a uma expectativa para uma queda do preço médio do gás natural a partir de oferta adicional do insumo já prevista em seu plano estratégico para os próximos anos. Ocorre ainda enquanto a Petrobras vem sendo pressionada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para ampliar a sua oferta.

O repasse do corte no valor da molécula vendida pela Petrobras às tarifas cobradas pelo gás vendido ao consumidor final em cada Estado, no entanto, dependerá de outras variáveis como custos de transporte do gás e margem do segmento de distribuição, segundo a Abegás.

NOVAS CONDIÇÕES

À Reuters, o diretor técnico-comercial da Abegás, Marcelo Mendonça, afirmou que a queda no valor dos contratos é muito importante para o ganho de vantagem competitiva do gás natural no Brasil frente a outros combustíveis em diversos mercados.

'A gente precisa de um gás natural mais competitivo', disse Mendonça, pontuando que esse é o caminho necessário inclusive para a viabilização de nova demanda pelo insumo, em setores que têm consumo intensivo, como petroquímica e siderurgia.

O preço do gás no Brasil é considerado muito elevado quando comparado ao praticado por outros grandes produtores globais, como nos EUA, onde há ampla extração de gás em terra e com baixos custos.

No Brasil, a produção de gás natural é majoritariamente associada a petróleo, no pré-sal, a 300 quilômetros da costa, em profundidade de lâmina d´água que pode chegar a 3 mil metros, o que demanda construção de infraestrutura de alto custo para o seu escoamento.

O primeiro dos três projetos previstos para entrar em operação é o Rota 3, em 2024, com um gasoduto de capacidade para 18 milhões de metros cúbicos de gás por dia (m³/d).

Os outros dois projetos, previstos para 2027, estão em águas profundas de Sergipe e Campos (no Rio de Janeiro), com gasodutos que somam capacidade de 18 milhões de m³/d e 16 milhões de m³/d respectivamente, e a Petrobras desenvolve com parceiras.

(Por Marta Nogueira; com reportagem adicional de Luana Maria Benedito)

Escrito por Reuters

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